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Baixar arquivo - Conselho Federal de Psicologia

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não fiscalizam ou não zelam pelo cumprimento da lei. Assim, um problemapara a adoção <strong>de</strong> comportamentos cidadãos é a falta <strong>de</strong> fiscalização efetivaaliada à falta <strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a lei será cumprida.A população não cobra atuação exemplar das autorida<strong>de</strong>s. Frequentemente,assim como esse <strong>de</strong>putado, há diversas outras autorida<strong>de</strong>s infringindoas leis <strong>de</strong> trânsito. O fato é noticiado, mas nada acontece. Outro casoque mereceu <strong>de</strong>staque é <strong>de</strong> uma guarda no Rio <strong>de</strong> Janeiro, que multouo filho <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sembargador. Injustamente, ela foi punida. Então, outrosguardas ficam ressabiados em multar alguém que possa ser influente. Qualé o aprendizado? As crianças, vendo a impunida<strong>de</strong> estampada nos jornais,na televisão, que razões encontrarão para cumprir as normas <strong>de</strong> trânsitoquando forem motoristas? Não tem sentido cumprir se quem viola as regrasnão tem punição nenhuma.A fiscalização presencial no trânsito é uma tarefa complicada, vistoa pressão que os guardas sofrem dos condutores infratores que, ao serparados, alegam toda classe <strong>de</strong> motivos para seu comportamento não serpunido, como por exemplo: “A rua está muito livre, por isso eu podia correr”,“Dava para ver que não vinha ninguém nessa mão, por isso eu fuicontramão”, e, ainda, aqueles que usam o famoso “Você sabe com quemestá falando?” para intimidar o guarda. Muitos motoristas não assumemque têm comportamento <strong>de</strong> risco que coloca a mobilida<strong>de</strong> e, sobretudo, avida em risco, e ainda conseguem convencer os guardas a não multá-los.Embora a legislação seja muito boa e clara, com um sistema <strong>de</strong> infraçõesmuito bem-<strong>de</strong>finido, a ela se opõe, além da falta <strong>de</strong> manifestação dasocieda<strong>de</strong>, outro problema, contrário aos interesses da cidadania: o individualismo,que faz surgir a indústria <strong>de</strong> anular multas. Existem advogadosque ganham a vida com processos <strong>de</strong> anulação <strong>de</strong> infrações <strong>de</strong> trânsito.Há também famílias que contribuem para a manutenção <strong>de</strong> comportamentostransgressores e o individualismo e a irresponsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seusfilhos, ao aceitar a transferência das infrações. Não estão fazendo nenhumfavor aos filhos, mas ce<strong>de</strong>m ante a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> eles serem prejudicados por nãopo<strong>de</strong>r dirigir ou por ter <strong>de</strong> fazer novamente o curso e a prova para obter acarteira <strong>de</strong> habilitação. Com esse comportamento, as famílias estão aceitandoque o filho morra no trânsito ou mate alguém.186

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