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Baixar arquivo - Conselho Federal de Psicologia

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O próprio nome traz essa conotação, <strong>de</strong> que é uma casualida<strong>de</strong>, é umacoisa que aconteceu ao acaso e que não foi intencional, mas nem sempreisso é verda<strong>de</strong>iro, ou seja, quase sempre isso não é verda<strong>de</strong>iro. São poucosos aci<strong>de</strong>ntes que tem real conotação <strong>de</strong> ter acontecido ao acaso. A gran<strong>de</strong>maioria dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito e transporte que ocorrem em nossopaís são previsíveis, são perfeitamente evitáveis e é com essa noção que asaú<strong>de</strong> pública tem trabalhado.O trânsito no Brasil expressa relações sociais violentas, <strong>de</strong>siguais.O acesso não é igual, a mobilida<strong>de</strong> não é igual. Isso tudo varia emfunção do grupo social, socioeconomicamente falando, no aquele indivíduoou aquela comunida<strong>de</strong> está inserida. Então, ele expressa relações<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s e, sobretudo, expressa relações <strong>de</strong> <strong>de</strong>scaso coma vida humana, inclusive pelos usuários, consi<strong>de</strong>rando usuários nãosó motoristas, mas também os pe<strong>de</strong>stres. O mo<strong>de</strong>lo, as formas <strong>de</strong> intervençãocostumam priorizar ou pensar o usuário como aquele queestá <strong>de</strong>ntro do automóvel (motorista ou ocupante), esquecendo-seque o pe<strong>de</strong>stre também faz parte <strong>de</strong>sse sistema e também é usuáriodo trânsito, porque eles também afrontam os riscos e vitimizam a simesmos e aos outros. Os mo<strong>de</strong>los e as formas <strong>de</strong> abordagem tambémcontemplam as imprudências <strong>de</strong>sses usuários.Sabe-se que os aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito, as lesões e as mortes <strong>de</strong>les<strong>de</strong>correntes não acontecem simplesmente pelo comportamentodo usuário, pela imprudência <strong>de</strong>sse usuário, seja ele pe<strong>de</strong>stre, sejaocupante <strong>de</strong> um veículo, seja motorista, mas também pelos po<strong>de</strong>respúblicos, que falham na manutenção das vias. Sabemos que nossasestradas, nossa malha viária é extremamente mal-conservada e issotem propiciado muitos aci<strong>de</strong>ntes no trânsito. É preciso, pois, investirna manutenção <strong>de</strong>ssas vias, na fiscalização do cumprimento das normase na educação para o trânsito. Precisamos, portanto, refletir umpouco, não só sobre esses mo<strong>de</strong>los, esses paradigmas com os quaisabordamos os problemas no trânsito, mas também temos <strong>de</strong> pensarno comportamento humano no trânsito. Isso tem muito a ver com a<strong>Psicologia</strong>, que tem esta missão: refletir sobre o comportamento humanono sentido <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> valores para a cidadania. E o trânsito174

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