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Baixar arquivo - Conselho Federal de Psicologia

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é seu dia a dia no trânsito em São Paulo?” e daí passava por umabateria <strong>de</strong> perguntas, “O que o senhor acha dos motoristas? Das outraspessoas como motoristas?” Quando eu entrevistava um motorista<strong>de</strong> ônibus, perguntava: “O que o senhor acha dos taxistas comomotoristas? E o que o senhor acha dos motoristas <strong>de</strong> lotação? E oque o senhor acha dos pe<strong>de</strong>stres?” Sucessivamente, para cada umadas seis categorias que eu estava entrevistando, perguntei sobre os<strong>de</strong>mais. Também perguntei o que achavam sobre as autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>trânsito, sobre as leis, e fiz uma bateria <strong>de</strong> perguntas muito interessantes.quando eu chegava neles e falava: “O senhor costuma cometerinfrações ou o senhor já cometeu alguma infração? O senhorteve uma multa? O senhor po<strong>de</strong>ria me explicar como é que issoaconteceu?” E a pessoa se sentia aberta para falar o que ela quisesse.O meu objetivo inicial na verda<strong>de</strong> acabou sendo bastante contemplado,que era tentar <strong>de</strong>scobrir se existia uma noção <strong>de</strong> espaçopúblico e civilida<strong>de</strong> entre os motoristas e os pe<strong>de</strong>stres com que euconversei. Além <strong>de</strong> saber também qual era a autoimagem que elesse atribuíam, e qual a imagem que eles tinham dos outros motoristas,em geral, e do trânsito <strong>de</strong> São Paulo também. E as consi<strong>de</strong>raçõessão muitas, quando falamos geralmente <strong>de</strong> espaço público,nós falamos muito <strong>de</strong> direitos. Mas todas as minhas consi<strong>de</strong>raçõeslevam na verda<strong>de</strong> a pensar no <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> nós todos como cidadãosque têm <strong>de</strong>veres e não apenas direitos. Lógico que direito está embutido,também, mas todas as consi<strong>de</strong>rações levam principalmenteà ênfase da questão do <strong>de</strong>ver. Em termos sociológicos, todas as falas<strong>de</strong>sses meus entrevistados me levaram principalmente a fatores <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m cultural na explicação da conduta <strong>de</strong> motoristas e pe<strong>de</strong>stres.Eu vou tentar resumir alguns <strong>de</strong>les, apenas.Então como é que nós po<strong>de</strong>mos caracterizar culturalmente onosso comportamento no espaço público como pessoas que se locomovem?As duas principais conclusões a que eu pu<strong>de</strong> chegar coma pesquisa foram sobre a sobreposição do espaço privado ou da lógicado privado sobre a noção <strong>de</strong> público, e à ausência da noção <strong>de</strong>espaço público e bem comum. Isso é uma coisa já discutida, uma42

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