da exclusão social – como trouxe o Ricardo –, essa política pública échamada a se colocar à disposição <strong>de</strong> populações or<strong>de</strong>nadas, promovendoa inclusão e a construção do empo<strong>de</strong>ramento e da emancipaçãodos cidadãos. Não estaremos falando <strong>de</strong> uma cidadania tutelada,muito menos <strong>de</strong> uma cidadania assistida, o foco quando trabalhamoscom essas políticas públicas, é na emancipação do cidadão e, paraessa emancipação ocorrer, é fundamental que o cidadão seja empo<strong>de</strong>rado.Nesse sentido, quando falamos <strong>de</strong> empo<strong>de</strong>ramento, nós daárea técnica, psicólogos, sociólogos, engenheiros, advogados, médicos,terapeutas ocupacionais, todas as profissões envolvidas com essatemática, <strong>de</strong>vemos saber que o nosso papel é limitado no que dizrespeito aos efeitos que nós buscamos. O que nós fazemos nessa área,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da profissão, não é capaz <strong>de</strong> produzir resultadosozinho, apenas com um único olhar. E <strong>de</strong> modo algum esses resultadosserão alcançados sem o empo<strong>de</strong>ramento dos cidadãos, dê-se onome que se quiser dar, no que diz respeito a esse empo<strong>de</strong>ramento,mas quando eu trouxe para este <strong>de</strong>bate o conceito, estou preocupadoem dizer que ele é o processo pelo qual indivíduos, comunida<strong>de</strong>s, organizaçõesobtêm controle sobre as <strong>de</strong>cisões e as ações relacionadasàs políticas públicas por meio da mobilização e da expressão <strong>de</strong> suasnecessida<strong>de</strong>s, portanto, espaço para expressão <strong>de</strong> interesses e visõesdiferentes <strong>de</strong> negociações e construção <strong>de</strong> consensos, assim como ofortalecimento do protagonismo dos setores excluídos.Esse empo<strong>de</strong>ramento a partir <strong>de</strong> uma provocação não po<strong>de</strong> servisto como <strong>de</strong>itar em frente a um trator, pura e simplesmente, oufazer barricadas para interromper uma via. É necessário, importante eimprescindível que se construa um empo<strong>de</strong>ramento <strong>de</strong>stas comunida<strong>de</strong>s,<strong>de</strong>sses sujeitos, <strong>de</strong>ssa população. Nesse sentido, os resultados<strong>de</strong> uma política pública voltada para a construção <strong>de</strong> uma mobilida<strong>de</strong>sustentável po<strong>de</strong>m vir a ser alcançados. Para enten<strong>de</strong>r o foco <strong>de</strong> nossaprofissão, assim como o <strong>de</strong> todas as outras profissões, precisamossaber qual o posicionamento que a ciência terá em relação a isso,porque, quando eu falo, falo do lugar da ciência e da profissão, não<strong>de</strong> um lugar <strong>de</strong>, pura e simplesmente, uma militância.76
Estamos aqui no seminário discutindo a <strong>Psicologia</strong> em relaçãoà mobilida<strong>de</strong>, ao espaço público, como direito <strong>de</strong> todos. Até a década<strong>de</strong> 80, tínhamos um posicionamento da ciência, aceito, que era oposicionamento da integração social, em que existia um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m padrão, em que o mo<strong>de</strong>lo médico era um mo<strong>de</strong>lo colocadocomo imperativo, e um sujeito, para vir pertencer à socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>veriase esforçar pessoalmente e unilateralmente, <strong>de</strong>veria ter uma adaptaçãopontual, a socieda<strong>de</strong> era vista como imutável e a inserção <strong>de</strong>ssaspessoas, parcial e condicionada.A partir da década <strong>de</strong> 80, é oficial, tanto nas cartas da ONUcomo a partir da carta <strong>de</strong> Ottawa, assim como em outros tantos documentos:o foco <strong>de</strong>ve ser o que está inclusive no código <strong>de</strong> ética dospsicólogos neste país, que é o foco da inclusão social. Essa ciênciaestá a serviço <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> inclusivaque é, acima <strong>de</strong> tudo, voltada para a diversida<strong>de</strong> humana. Omo<strong>de</strong>lo não é um mais um mo<strong>de</strong>lo médico, não é um mo<strong>de</strong>lo padrão,é um mo<strong>de</strong>lo social que aten<strong>de</strong> a essa diversida<strong>de</strong>. E o esforço paragarantir essa socieda<strong>de</strong> inclusiva não é <strong>de</strong> um sujeito, isoladamente,mas é um esforço coletivo, em que todos nós <strong>de</strong>vemos nos esforçarpara a<strong>de</strong>quar e produzir resultados correlacionados a uma inserçãototal e incondicional das pessoas à mesma socieda<strong>de</strong>, na garantia <strong>de</strong>seus direitos. Não existem – e não po<strong>de</strong>mos admitir – condicionantespara vir a pertencer a uma socieda<strong>de</strong> quando trabalhamos com a socieda<strong>de</strong>inclusiva. Nós temos <strong>de</strong>safios a ser superados, <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo,<strong>de</strong>sses diversos modais <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento e das transformações do espaçourbano. E as políticas públicas <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar alguns fatoresquando estão a serviço <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo. As relações sociais <strong>de</strong> produçãosão fatores que ela tem <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar, os novos contratos que se veemnessa história toda, os usuários, como se dá a utilização dos serviços,os usuários <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>slocamentos, os diversos modos <strong>de</strong> utilização.O território e as intervenções no espaço público – como foi colocadoaqui pela colega –, bem como a legislação, são fundamentaispara que possamos construir políticas públicas. Sem legislação, nãotemos a garantia do empo<strong>de</strong>ramento do cidadão. Não caiam nessa77
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