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Baixar arquivo - Conselho Federal de Psicologia

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Luís Antônio Baptista 58Gostaria <strong>de</strong> iniciar minha contribuição a este seminário formulandoas seguintes perguntas: Qual a relevância para nós, psicólogos, em trabalharcom a questão da mobilida<strong>de</strong>/imobilida<strong>de</strong> humana no estudo dasubjetivida<strong>de</strong>? Em que política sobre este tema apostamos em nossas pesquisas?Qual mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejamos? Meu objetivo na formulação <strong>de</strong>ssasquestões justifica-se na presença em gran<strong>de</strong> parte dos discursos psi da dicotomiasubjetivida<strong>de</strong>-cida<strong>de</strong>, mobilida<strong>de</strong>-sujeito, incluindo-os em lógicasparticulares, em alguns casos antagônicas, em suas constituições. Tradicionalmenteos discursos psi utilizam o argumento que caracteriza a cida<strong>de</strong>como um exterior que age na subjetivida<strong>de</strong>, como se o traçado urbano nãocontivesse em suas linhas formas particulares <strong>de</strong> experienciar o tempo, aalterida<strong>de</strong> e a nós mesmos. Esses discursos apropriam-se da tese na qual omovimento das metrópoles interfere no corpo citadino, como se o corponão fosse o efeito ou a recusa <strong>de</strong>ste movimento; adjetiva o móvel e o imóvelna contramão do argumento que os <strong>de</strong>fine como criações da história;a arte também ilustra-nos a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sentidos do movimento e doseu impedimento por meio da literatura, e fundamentalmente do cinema.Minha provocação é baseada na tese <strong>de</strong> que as cida<strong>de</strong>s, assimcomo suas propostas <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>/imobilida<strong>de</strong>, longe <strong>de</strong> restringir-seao assentamento no qual o homem <strong>de</strong>sloca-se ou é impelido a reterseu movimento, seriam também um modo <strong>de</strong> operar e dar sentido àexistência. Muros, pavimentos, espaços vazios, gra<strong>de</strong>s, calçadas e a paisagemconstruída, longe <strong>de</strong> reduzir-se a funções necessárias da vidaurbana, enunciam memórias, medos, passagens, gestos nem semprevisíveis por aqueles que os usam. Desses enunciados, músculos e rostossão tecidos e/ou recusados incansavelmente.58 Doutor em <strong>Psicologia</strong> Social, Pós-Doutorado na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sociologia daUniversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Roma “La Sapienza”. Professor da Universida<strong>de</strong> <strong>Fe<strong>de</strong>ral</strong> Fluminense.213

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