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Baixar arquivo - Conselho Federal de Psicologia

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dadãos que <strong>de</strong>vem ter <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> cidadãos. E o brasileiro tem muitadificulda<strong>de</strong>, por questões históricas, sociológicas, culturais, <strong>de</strong> pensarhorizontalmente. A noção do espaço público fica muito prejudicadanesse sentido, porque pensar em espaço público, em bem<strong>de</strong> todos em um espaço em que você tem <strong>de</strong> se locomover levandoem consi<strong>de</strong>ração o direito das outras pessoas, é muito complicado.Isso ficou muito nítido na fala <strong>de</strong> meus entrevistados. Quando euperguntava a eles: “O que o senhor acha dos motoristas em geral?O que o senhor acha do senhor como motorista? O que o senhoracha dos taxistas? Como é que o senhor vê os motoristas comuns?”O gran<strong>de</strong> sentimento, o sentimento generalizado que se expressou,foi o <strong>de</strong> hostilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> sacrifício pessoal. O sentimento <strong>de</strong> sacrifíciopessoal, <strong>de</strong> que eles fazem muito, <strong>de</strong> que “eu” me esforço muito,“eu” juro para você, é uma questão <strong>de</strong> família, é uma questão <strong>de</strong>educação, “eu tento dar seta, eu tento seguir as leis <strong>de</strong> trânsito,mas os outros não fazem assim”. Ora isso está estritamente relacionadocom aquilo que eu falei <strong>de</strong> que há uma noção equivocada<strong>de</strong> que nós somos bons motoristas e, quando você se acha equivocadamenteum bom motorista, obviamente você acha que está sesacrificando e os <strong>de</strong>mais não estão se sacrificando. Isso só aumentao sentimento <strong>de</strong> hostilida<strong>de</strong> no trânsito, <strong>de</strong> agressivida<strong>de</strong>. A outraquestão é: nós temos dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar horizontalmente, e obrasileiro tem um gran<strong>de</strong> embate com as leis. Quando eu perguntavapara eles, para os meus entrevistados, o que eles achavam dasautorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trânsito, era notório, “eles são muito rigorosos e elasnão enten<strong>de</strong>m que eu precisava passar pelo sinal vermelho porqueeu estava com pressa”. “Olha, eu parei em cima da faixa e veio ummarronzinho e me multou, e ainda me multou porque eu estavasem cinto. Mas ele não enten<strong>de</strong>u que eu tive uma manhã difícil, queeu saí <strong>de</strong> casa, etc. e tal”.As autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trânsito não compreen<strong>de</strong>m o motivo pessoal.O motivo pessoal é a lógica privada que se sobrepõe à universalida<strong>de</strong>das leis, que é a lógica do público. E nós não apren<strong>de</strong>mos,<strong>de</strong>senvolvemos isso ainda <strong>de</strong> uma maneira generalizada. Na fala <strong>de</strong>46

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