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Modelagem Física e Computacional de um Escoamento Fluvial

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3 TURBULÊNCIA<br />

3.1 NOÇÕES FUNDAMENTAIS<br />

A principal característica dos escoamentos turbulentos é a presença <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

miría<strong>de</strong> <strong>de</strong> vórtices, n<strong>um</strong>a vasta gama <strong>de</strong> escalas espaciais e temporais, fluindo simul-<br />

taneamente.<br />

O resultado da presença <strong>de</strong>sses vórtices é <strong>um</strong> escoamento tão complexo em seus<br />

<strong>de</strong>talhes que parece inacessível a <strong>um</strong> tratamento matemático, mas é preciso consi<strong>de</strong>rar<br />

que o movimento <strong>de</strong> mistura resultante é muito importante para o <strong>de</strong>senvolvimento do<br />

escoamento e para o equilíbrio das forças. Os efeitos causados pela turbulência são como<br />

se a viscosida<strong>de</strong> do fluido fosse multiplicada por mil, <strong>de</strong>z mil ou mais (SCHLICHTING,<br />

1968). Em números <strong>de</strong> Reynolds elevados existe <strong>um</strong>a transferência contínua <strong>de</strong> energia<br />

do movimento principal para os vórtices <strong>de</strong> maior tamanho. Tais vórtices geram outros<br />

menores, e estes outros menores ainda, n<strong>um</strong> processo <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> energia formando<br />

<strong>um</strong>a cascata contínua <strong>de</strong> escalas <strong>de</strong>crescentes, em direção a <strong>um</strong>a gama <strong>de</strong> tamanhos on<strong>de</strong><br />

a energia é dissipada pelas tensões viscosas, atingindo-se <strong>um</strong> estado <strong>de</strong> equilíbrio. Em-<br />

bora exista dissipação <strong>de</strong> energia em todo o processo, a maior parcela é dissipada quando<br />

os vórtices atingem as menores escalas. Esse processo é conhecido por cascata <strong>de</strong> Kol-<br />

mogoroff, recebendo o nome do pesquisador que o <strong>de</strong>screveu pela primeira vez, em 1941<br />

(SCHLICHTING, 1968; ROSMAN, 1989). A figura 3.1 mostra <strong>um</strong> típico espectro <strong>de</strong><br />

potência para escoamentos turbulentos, isto é, <strong>um</strong> gráfico representando a distribuição da<br />

energia cinética turbulenta ao longo das escalas espaciais do escoamento.<br />

Os maiores vórtices são bastante anisotrópicos <strong>um</strong>a vez que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m fortemente<br />

da geometria do corpo d’água e do modo <strong>de</strong> formação. Quando se observa os gran<strong>de</strong>s<br />

vórtices, apesar <strong>de</strong> <strong>um</strong> comportamento algo flutuante, eles <strong>de</strong>monstram ter componentes<br />

bem <strong>de</strong>terminísticas. Em corpos d’água rasos, 1 o comprimento característico dos maiores<br />

vórtices é geralmente muito maior do que as escalas <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>.<br />

1 Para escoamento em águas rasas ver item 4.3.<br />

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