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Modelagem Física e Computacional de um Escoamento Fluvial

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Entretanto, tal média temporal relaxada tem sérias inconsistências quando apli-<br />

cada à maioria dos escoamentos geofísicos. Os postulados <strong>de</strong> Reynolds, expressões (3.5),<br />

que são verda<strong>de</strong>iros para escoamentos estatisticamente estacionários (“escoamentos per-<br />

manentes”), são também ass<strong>um</strong>idos como verda<strong>de</strong>iros para o caso da média relaxada no<br />

tempo. No entanto, se por meio da equação (3.4) as variáveis médias são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do<br />

tempo, da média temporal relaxada (3.9) resultam variáveis com <strong>de</strong>pendência temporal.<br />

Conseqüentemente, a valida<strong>de</strong> dos postulados <strong>de</strong> Reynolds nesse caso é no máximo <strong>um</strong>a<br />

aproximação. Conforme indicado por ALDAMA (1985), para po<strong>de</strong>rmos <strong>de</strong>sprezar os ter-<br />

mos cruzados envolvendo a média <strong>de</strong> produtos das partes “média” e “flutuante” <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

variável turbulenta, por exemplo ui u ′ j , seria necessário que não houvesse interação entre<br />

as escalas características representativas das duas partes. Isso significa que tal escoamento<br />

teria <strong>um</strong> espectro com dois picos distintos e separados por <strong>um</strong>a região <strong>de</strong> pouca ou ne-<br />

nh<strong>um</strong>a energia. Um pico seria característico do escoamento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala ou “médio”<br />

e o outro, do escoamento <strong>de</strong> pequena escala ou “flutuações”. No vazio entre os dois picos<br />

encontrar-se-ia a escala <strong>de</strong> separação, ou seja, o i<strong>de</strong>alizado período intermediário T , que<br />

aparece na média temporal relaxada (3.9).<br />

Sabe-se muito bem, no entanto, que os escoamentos geofísicos em sua quase tota-<br />

lida<strong>de</strong> apresentam espectros cheios, isto é, não há múltiplos picos distintos nem tampouco<br />

vazios pronunciados. Isso mostra claramente que ass<strong>um</strong>ir a valida<strong>de</strong> dos postulados <strong>de</strong><br />

Reynolds no caso da média temporal relaxada não passa <strong>de</strong> grosseira aproximação, forçada<br />

por necessida<strong>de</strong>s práticas. E, a bem da verda<strong>de</strong>, as equações do movimento obtidas por<br />

tal método <strong>de</strong>veriam ser escritas como (ROSMAN, 1989):<br />

∂ui<br />

∂t<br />

∂<br />

+ (ui uj) = F −<br />

∂xj<br />

∂ <br />

ui uj − ui uj + ui u<br />

∂xj<br />

′ j + u′ i uj + u ′ i u′ <br />

j . (3.11)<br />

Portanto, no caso da média temporal relaxada, a mo<strong>de</strong>lação da turbulência en-<br />

volve muito mais do que apenas correlações <strong>de</strong> componentes <strong>de</strong> pequena escala da ve-<br />

locida<strong>de</strong> global. Enquanto na equação <strong>de</strong> Reynolds (3.8), as tensões turbulentas a se-<br />

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