Ata da 10ª Reunião da Sub -relatoria de Con ... - Senado Federal

More documents

Recommendations

Info

5060 Terça-feira 18 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL – SUPLEMENTO Julho de 2006 vender para o senhor? Um comprador vai lá e compra, como as outras empresas fazem. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Mas eu preciso de estoque das peças lá também. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – O senhor pode estocar lá com a sua própria empresa. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Não. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – O senhor não precisa ter uma empresa para estocar com transação financeira. O senhor compra e estoca lá. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Foi uma opção que eu fiz. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – Como as outras empresas aéreas funcionam? Não é assim. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Todas funcionam assim. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – Todas têm empresa no exterior que compra peças? O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – A maioria tem. Se não é do próprio grupo, a empresa é vinculadas a elas. Ficar na mão de um comprador que não tem estoque... Se eu for comprar hoje um radar para o meu avião e sair no mercado para comprar o radar, vou pagar US$200 mil. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – O senhor a compra com antecedência e a mantém no estoque. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Compro com antecedência e vou mantendo determinado tipo de peça. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – O senhor pode fazer isso, comprar, deixar estocado lá e não precisa abrir uma empresa operacional para isso. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Mas eu não vou ter crédito. Uma empresa brasileira não terá crédito em todas as empresas de Miami. É difícil isso. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – Como o senhor fazia antes de abrir essa empresa? O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Eu comprava peças aqui, no mercado nacional. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – E pagava mais por isso? O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Muito mais. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – Então, o senhor reduziu bastante seus custos? O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Reduzi bastante. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – Por que o preço do correio não reduziu. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – O preço do correio é o preço justo. Como vai ser reduzido se é o preço justo. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – Parece-me estranho que o senhor não tenha operado, a vida inteira, com os Correios tendo essa empresa no exterior. Aí o senhor fala que comprou para reduzir custos. Mas o custo não reduz quando o senhor fala de cobrar dos Correios. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Essa empresa está estabelecida em Miami desde 1999, se não me engano, antes até de a gente começar a operar para os Correios. Antes! O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – De fato, desde 2000, o senhor opera com essa empresa lá. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – É. Não foi pelos Correios que eu implantei a empresa lá. A empresa foi uma estratégia para poder suprir peças confiáveis para nossos aviões. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – O que causa espécie realmente é a coincidência. Ganha mais nos Correios, mais peças; ganha menos, menos peças. Isso realmente não consigo entender, a não ser dentro da lógica que, infelizmente, estamos verificando. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Mas é uma lógica empresarial, Excelência. Você só gasta se você ganha para gastar; se não, você não gasta. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – E o avião fica sem peça? O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – O avião não voa. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – Mas precisa voar o tempo inteiro. O senhor não voou mais ou menos. O período em que o senhor superfaturou mais – perdoe-me a expressão –, no período em que o senhor ganhou mais dos Correios, o senhor paga mais peça. No que o senhor paga menos, paga menos peça, e as peças são as mesmas. Perdoe-me dizer que eu não posso acreditar que o senhor faz estoque só em 2002 e 2003 e que depois vai caindo seu estoque. Essas peças são de reposição permanente. A coincidência revela que... A denúncia que foi feita para nós... Recebemos uma pessoa... Temos conhecimento de pessoa próxima aos senhores de que isso é feito com superfaturamento. E a denúncia, quando fomos investigar, parece que está casando.
Julho de 2006 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL – SUPLEMENTO Terça-feira 18 5061 Continuando, verificamos que a Skymaster pagou US$1,1 milhão para a empresa Omega Air no período de menos de um mês. Em um ano, a Skymaster pagou US$1,2 milhão à empresa Citzen. Da mesma forma, em cerca de nove meses, a empresa pagou US$2,3 milhões para empresa Daedalus. Tais valores estão registrados como pagamentos de parcelas de arrendamento. Ocorre, porém, que as aeronaves que essas empresas arrendavam passaram a ser arrendadas pelas empresas Force Field e Quintessential, cujos representantes, Sr. José Tomaz Simioli e Késia Maria do Nascimento Costa, mantêm vínculos com a Skymaster. Eram as mesmas aeronaves? O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Eram as mesmas aeronaves. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – Então, o senhor arrendava as aeronaves da Omega Air, da empresa Citzen e da Daedalus. Pertenciam as aeronaves a essas empresas? O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Correto. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – Então, essas aeronaves passaram para a propriedade da Quintessential e da Force Field. Elas compraram essas aeronaves? O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Compraram. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – E os senhores, então, passaram a arrendar deles? O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Simplesmente, passamos o leasing de uma para a outra. É como se estivesse num prédio alugado, chegasse alguém e o comprasse. O contrato de locação continua. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – E informa a assessoria que a Omega Air, essa empresa que os senhores alugaram, é a mesma que forneceu aquele preço de 707, 805. Veja como é curioso. Essa empresa nos deu o preço em que estamos baseando o nosso estudo e que prova o superfaturamento. É a mesma que o senhor alugava. Depois, essa empresa passou para essas outras, o que nos leva a crer que, talvez, os senhores sejam os donos dessas empresas que compraram esses aparelhos no exterior. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Da Omega Air? O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – Não da Omega Air. Da Force Field e da Quintessential, ou seja, por que eu não posso supor que os senhores são os donos dessas duas empresas, que compraram esses aparelhos e passaram a locar para os senhores mesmos por um valor superfatura- do como forma de remeter para o exterior? Em cinco meses, o senhor pagaria esse aparelho. O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Mas se V. Exªs forem analisar, o mesmo valor de leasing que eu pagava para a Omega Air é o que eu pago hoje. O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT – SP) – O que eu quero ponderar é que tudo isso é muito estranho. Talvez o senhor já superfaturasse lá ou houvesse outra situação. Os senhores estavam comprando esses aparelhos nesse leasing. O que não me diz que, nesses leasings, os senhores já não estavam comprando os aparelhos e posteriormente, quando foram pagos esses aparelhos, eles foram passados para a sua empresa, a Quintessential, ou seja, o senhor embutia no custo que cobrava dos Correios a compra efetiva desse avião? Não era um simples arrendamento. Quando foram pagos esses aviões, o senhor não confessa que eles passaram à sua propriedade e montaram, então, duas empresas num paraíso fiscal para operarem com elas, quando são suas, e usam isso para remessa no exterior? Só esse fato explicaria tanta confiança com outorga de procuração para sócios e pessoas próximas dos senhores? Temos uma forte suspeita de que essas empresas da Ilha Virgem pertencem aos senhores, que, com os arrendamentos anteriores da Omega, adquiriram esses aparelhos e, quando o fizeram, passaram para essas empresas. A suposição é feita pelos nossos consultores, que dizem o seguinte: “Supomos que as supostas operações – porque são várias suposições, é isso mesmo – de arrendamento com as empresas Citzen, Daedalus e Omega Air eram, na verdade, operações de venda.” Então, a Skymaster comprou as aeronaves, simulou um arrendamento e quem ficou com os bens foram as empresas no exterior, que arrendam as aeronaves em valores superfaturados para a Skymaster. A nossa suspeita é que, quando os senhores diziam que arrendavam, estavam comprando os aparelhos. Quando terminaram de pagar, passaram para empresas que os senhores montaram e constituíram, como Procuradores, pessoas da sua proximidade. Os senhores, a partir desse momento, simularam arrendamentos com essas empresas para remeter dinheiro para o exterior, pagar menos imposto no Brasil e superfaturar os valores e contratos com os Correios. Aqui estão as aeronaves. Somente esse fato explicaria serem as mesmas, com toda essa situação colocada. Mantiveram-se os preços de arrendamento, que, na verdade, eram valores de compra e não de efetivo arrendamento. Está aqui a situação de todas as aeronaves. Situação: arrendamento (Inaudível.), aqueles arrendadores anteriores. Depois, passaram
Page 1 and 2:
Julho de 2006 DIÁRIO DO SENADO FED
Page 3 and 4:
Page 5 and 6:
Page 7 and 8:
Page 9 and 10:
Page 11 and 12:
Page 13 and 14:
Page 15 and 16:
Page 17 and 18:
Page 19 and 20:
Page 21 and 22:
Page 23 and 24:
Page 25 and 26:
Page 27 and 28:
Page 29 and 30:
Page 31 and 32:
Page 33 and 34:
Page 35 and 36:
Page 37 and 38:
Page 39 and 40:
Page 41 and 42:
Page 43 and 44:
Page 45 and 46:
Page 47 and 48:
Page 49 and 50:
Page 51 and 52:
Page 53 and 54:
Page 55 and 56:
Page 57 and 58:
Page 59 and 60:
Page 61 and 62:
Page 63 and 64:
Page 65 and 66:
Page 67 and 68: Julho de 2006 DIÁRIO DO SENADO FED
Page 117: Julho de 2006 DIÁRIO DO SENADO FED
Page 131: Julho de 2006 DIÁRIO DO SENADO FED
show all

Ata da 10ª Reunião da Sub -relatoria de Con ... - Senado Federal

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?