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Ata da 10ª Reunião da Sub -relatoria de Con ... - Senado Federal

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5064 Terça-feira 18 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL – SUPLEMENTO Julho <strong>de</strong> 2006<br />

endossar um cheque <strong>de</strong> R$64 mil e não se lembrar,<br />

exatamente, por que o endossou.<br />

O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – É o que<br />

digo. Realmente não sei ao que se <strong>de</strong>stinam esses<br />

cheques. Teria que levantar na minha contabili<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

um por um, para saber exatamente a que se <strong>de</strong>stinavam,<br />

por que foram sacados por ele.<br />

O SR. JOSÉ EDUARDO CARDOZO (PT – SP)<br />

– O senhor conhece o senhor E<strong>de</strong>r Jober Ribeiro<br />

Cabo Ver<strong>de</strong>?<br />

O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – É<strong>de</strong>r é meu<br />

funcionário.<br />

O SR. JOSÉ EDUARDO CARDOZO (PT – SP)<br />

– Seu funcionário?<br />

O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Isso.<br />

O SR. JOSÉ EDUARDO CARDOZO (PT – SP)<br />

– De fato, é funcionário <strong>da</strong> Skymaster. Fez vários saques<br />

na boca do caixa <strong>de</strong> cheques emitidos pela Skymaster,<br />

nominais a ela mesma. Em 2002, o senhor É<strong>de</strong>r sacou<br />

R$186 mil. Em 2003, R$1. 707 milhão. Em 2004, R$887<br />

mil. Em 2005, R$300 mil. Ou seja, em quatro anos o<br />

Sr. É<strong>de</strong>r sacou R$3 milhões. Por que um funcionário<br />

seu sacava tanto dinheiro?<br />

O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Excelência,<br />

é o que expliquei aqui. O cheque era feito para pagar<br />

diversas duplicatas. Ele é a pessoa do financeiro que<br />

efetua os pagamentos dos compromissos <strong>da</strong> Skymaster.<br />

Com certeza, chegou no banco, sacou, mas fez o<br />

pagamento <strong>da</strong>s duplicatas.<br />

O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />

- SP) – É que o senhor tinha dito que eram valores pequeninos.<br />

Lembra-se <strong>de</strong> que eu perguntei? E o senhor<br />

respon<strong>de</strong>u: “Ah, eram valores pequenos”.<br />

Sinceramente, R$3 milhões, num total <strong>de</strong> quatro<br />

anos, o senhor vai fazer aí uma média <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong><br />

reais mensais, não é mesmo?<br />

O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Não, eu<br />

acho que houve... Pelo menos eu posso ter não dito <strong>da</strong><br />

maneira correta. Eu disse que eram valores pequenos<br />

para o caixa. Eu ia com um cheque <strong>de</strong> R$10 mil – um<br />

exemplo que eu <strong>de</strong>i -, pagava R$7 mil <strong>de</strong> duplicatas e<br />

voltava com R$3 mil para o caixa; mas não sei exatamente<br />

quais foram esse valores que ele utilizou para<br />

fazer esses pagamentos.<br />

O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />

PT - SP) – O senhor sabe quanto houve <strong>de</strong> saques na<br />

boca do caixa nesses anos <strong>de</strong> 2000/2005?<br />

O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Não.<br />

O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />

PT - SP) – Trinta e um milhões <strong>de</strong> reais! Trinta e um<br />

milhões <strong>de</strong> reais sacados na boca do caixa, ou seja,<br />

não eram <strong>de</strong>spesas tão pequenas assim.<br />

<strong>Con</strong>si<strong>de</strong>rando que o senhor pagava para a Swiss<br />

Ports e Sata em cheque, para a Infraero em cheque<br />

e outras em cheque, é muito estranho que o senhor<br />

faça pagamentos <strong>de</strong>ssa monta todos <strong>de</strong>ssa maneira<br />

pouco ortodoxa, como habitualmente as empresas<br />

não fazem. Esse procedimento nos leva a crer que a<br />

única razão é que o senhor não queria i<strong>de</strong>ntificar o<br />

<strong>de</strong>stinatário, o que nos traz suspeitas relativamente<br />

a esse <strong>de</strong>stino. <strong>Con</strong>si<strong>de</strong>rando que um dos sacadores<br />

na boca do caixa era uma empresa que mexe com<br />

câmbio, consi<strong>de</strong>rando que o outro era um funcionário<br />

seu, isso po<strong>de</strong> nos <strong>da</strong>r indícios <strong>de</strong> que o senhor fazia<br />

algum tipo <strong>de</strong> pagamento que não gostaria <strong>de</strong> revelar,<br />

e po<strong>de</strong> ser inclusive para autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s administrativas,<br />

em contraprestação a eventuais superfaturamentos<br />

havidos em seus contratos. É essa a suspeita com a<br />

qual nós trabalhamos.<br />

O senhor teria como <strong>de</strong>monstrar que esse pagamento<br />

foi para fornecedores?<br />

O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Tenho, e,<br />

quanto à relação <strong>de</strong> todos os pagamentos que me foi<br />

solicita<strong>da</strong>, eu apresentei o Livro Diário na minha contabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

registra<strong>da</strong> e a natureza do pagamento efetuado.<br />

Está tudo evi<strong>de</strong>nciado no relatório.<br />

O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />

- SP) – Estes aqui não estão evi<strong>de</strong>nciados, ou seja,<br />

quanto a esses saques em caixa e a relação, o nexo<br />

com o fornecedor a quem o senhor paga, não temos<br />

nenhuma <strong>de</strong>monstração.<br />

O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Então, eu<br />

precisava <strong>de</strong>ssa relação para po<strong>de</strong>r justificar, porque<br />

to<strong>da</strong> a relação que me foi passa<strong>da</strong> foi justifica<strong>da</strong> com<br />

o Livro Diário <strong>da</strong> empresa, tudo contabilizado.<br />

O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />

- SP) – Veja só aqui: o Sr. É<strong>de</strong>r Joubert Ribeiro Cabo<br />

Ver<strong>de</strong>: no dia 24/09/2002, saca ele, com endosso seu<br />

ou <strong>de</strong> alguém, R$17 mil; no dia 27, R$14 mil; no dia 1º,<br />

R$15 mil; no dia 14/10, R$10mil; no dia 15/10, R$30mil;<br />

no dia 16/10, R$10 mil; no dia 28/11, R$55 mil; R$20<br />

mil; e assim vai, por aí afora. Num dia, R$62 mil; no<br />

outro dia, 08/08/2003, R$111 mil. Aliás, os saques crescem<br />

bastante em 2003, período em que efetivamente o<br />

senhor teve os contratos mais elevados dos Correios:<br />

R$11mil, R$25 mil, veja só. No dia 27/10, R$101 mil.<br />

É muito dinheiro. No dia 20/10/2004, R$107 mil. O senhor<br />

po<strong>de</strong> <strong>da</strong>r uma olha<strong>da</strong>. (Pausa.)<br />

O senhor tem como <strong>de</strong>monstrar os fornecedores<br />

pagos em ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>sses saques?<br />

O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Tenho. Eu<br />

preciso acessar a <strong>Con</strong>tabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, meus livros, registros...<br />

O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />

PT - SP) – Em quanto tempo o senhor conseguiria

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