Ata da 10ª Reunião da Sub -relatoria de Con ... - Senado Federal
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Julho <strong>de</strong> 2006 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL – SUPLEMENTO Terça-feira 18 4965<br />
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB – SP)<br />
– Você é piloto?<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – Não, não sou. Sou<br />
engenheiro.<br />
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB – SP) – O<br />
senhor é engenheiro?<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – Sou.<br />
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB – SP)<br />
– Qual a sua especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – Sou engenheiro<br />
eletrônico.<br />
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB – SP)<br />
– Por que essa incursão na aviação?<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – O <strong>de</strong>stino me empurrou<br />
para isso. Daqueles 15 anos <strong>de</strong> empresa multinacional,<br />
trabalhei sete anos na área <strong>de</strong> logística e<br />
transporte. Gostei e me aficionei pelo trabalho.<br />
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB – SP)<br />
– Nesses cinco anos em que a Aeropostal não está<br />
transportando na<strong>da</strong>, você está transportando o quê?<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – Nós estamos em<br />
stand by. A empresa entrou em stand by já há algum<br />
tempo. Mais uma vez, Excelência, eu me <strong>de</strong>cepcionei<br />
muito. Já estamos fazendo todos os trâmites <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
muito tempo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito investimento, para fecharmos<br />
a empresa. Foram muitos anos <strong>de</strong> tentativa.<br />
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB – SP)<br />
– Você vai fechar a empresa, então?<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – Provavelmente. Provavelmente.<br />
Se não conseguirmos um investidor, algo<br />
assim, será muito difícil continuarmos.<br />
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PTB – SP)<br />
– Obrigado, Sr. Relator.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Agra<strong>de</strong>ço, Deputado Arnaldo Faria <strong>de</strong> Sá.<br />
Inicialmente, ain<strong>da</strong> tenho muitas perguntas a<br />
fazer ao senhor, mas estou muito curioso com esse<br />
Pregão 45.<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – Perfeito.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – Porque realmente... (Pausa.)<br />
Vamos voltar ao Pregão 45. Quando tenho dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> explicar algo, eu tento encontrar as hipóteses<br />
mais certas. Vamos continuar tentando explicar isso<br />
tudo. O senhor tinha conhecimento <strong>de</strong> que a Beta e a<br />
Skymaster tinham contrato operacional?<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – Tinha.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Tinha. Na época do Pregão 45, esse contrato<br />
estava em vigor?<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – Excelência, eu...<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – Eu lhe afirmo que estava.<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – Eu não me lembro.<br />
Eu não me lembro.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – Estava. Estava em vigor.<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – No Pregão 45, eu<br />
já tinha saído <strong>da</strong> empresa. Perdoe-me.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Perfeito. O senhor já tinha saído, mas assinou,<br />
como Diretor Executivo, inclusive o termo <strong>de</strong> aditamento.<br />
Não estava tão <strong>de</strong>sinformado assim. Veja: eu levantei<br />
uma primeira hipótese que o senhor refutou. A primeira<br />
hipótese era a seguinte: teria havido uma briga entre<br />
a Beta e a Skymaster, o senhor sairia, rompido, criou<br />
a Aeropostal, uma terceira empresa, e atuava como<br />
braço <strong>da</strong> Skymaster.<br />
O SR. ROBERTO KFOURI – A Aeropostal já<br />
existia.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – O senhor disse que não é isso. Aí levantei<br />
outra hipótese: não teria havido briga nenhuma, o<br />
senhor teria entrado para tentar eliminar algum outro<br />
concorrente. O senhor falou: “Em hipótese nenhuma”.<br />
Agora, vou lhe <strong>da</strong>r a hipótese que, para mim, parece<br />
um pouco mais plausível – veja se estou errado: tenho<br />
duas empresas, Beta e Skymaster, cujos sócios<br />
– embora formalmente não fossem os mesmos, os<br />
dois eram donos <strong>da</strong>s duas empresas, ou seja, o Sr.<br />
Augusto coman<strong>da</strong>va a Beta e o Sr. Johannes também<br />
tinha participação... Já há, inclusive, na CPI, um acordo<br />
em que eles mostram que informalmente um era<br />
dono <strong>da</strong>s coisas do outro, etc. Eram sócios, mas não<br />
se assumiam como sócios e não conseguiram explicar<br />
por que é que duas pessoas que não eram sócias<br />
não botavam no papel a socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Então, tinham as<br />
duas empresas; fazem um acordo operacional entre<br />
as duas, ou seja, aquela que ganha usa outra, a outra<br />
que ganha usa a outra, quer dizer, donos <strong>da</strong> mesma<br />
empresa usam as duas empresas. Agora, realmente,<br />
entrar com uma licitação nessa condição e ter essas<br />
duas empresas sempre ganhando e disputando é um<br />
negócio que podia pegar mal, alguém po<strong>de</strong>ria suspeitar.<br />
Então imaginemos, por exemplo, que houvesse um<br />
conluio para ter um preço superfaturado no Pregão<br />
45. Ora, o preço era superfaturado, entram as duas<br />
empresas com clara situação <strong>de</strong> conluio, po<strong>de</strong>ria <strong>da</strong>r<br />
suspeita. O que eu faço? Crio uma terceira empresa,<br />
pego um amigo meu, que forma a terceira empresa e,<br />
mesmo sem estar habilitado, ele entra no leilão para<br />
<strong>da</strong>r aparência <strong>de</strong> disputa. Só que já se sabe o preço<br />
a que vai chegar, se partem <strong>de</strong> lances muito superfaturados,<br />
e aí tem uma disputa <strong>de</strong>scendo, <strong>de</strong>scendo,<br />
<strong>de</strong>scendo, para chegar num superfaturamento com<br />
uma aparência <strong>de</strong> resultado. Veja só, esse Pregão