Ata da 10ª Reunião da Sub -relatoria de Con ... - Senado Federal
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5072 Terça-feira 18 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL – SUPLEMENTO Julho <strong>de</strong> 2006<br />
do advogado...O senhor não quis <strong>de</strong>clarar quem é o<br />
advogado. No entanto, o recibo está aqui e, quando<br />
se vai ver, para quem vai o cheque, é para algum dos<br />
senhores. E o pagamento é para a Force Field. Então,<br />
olha...Já que o senhor está alegando que a Skycargas<br />
é distribuição <strong>de</strong> lucros e eu sinceramente não acho<br />
que é, vamos pegar a Force Field, que não tem como<br />
dizer que é lucros. Olha, o Américo Proietti, com esses<br />
recibinhos aqui assim do advogado cujo nome o senhor<br />
não disse, recebeu seiscentos e sessenta e três mil;<br />
o E<strong>de</strong>r, seu funcionário, também com recibinhos, um<br />
milhão e sessenta e seis mil; o Hugo César Gonçalves,<br />
oitocentos mil; o Jaime Louza<strong>da</strong>, duzentos e três mil;<br />
João Marcos Pozzetti, um milhão quinhentos e oitenta e<br />
sete mil; Luís Wagner, <strong>da</strong> Sky Avionics, cento e noventa<br />
mil; Maria <strong>de</strong> Lur<strong>de</strong>s, cento e cinqüenta e seis mi; e a<br />
Quota Empreendimentos Imobiliários, que também teria<br />
sido paga por esse advogado cujo nome não sabemos,<br />
trezentos e noventa mil. É evi<strong>de</strong>nte que o senhor tem<br />
que olhar seus registros etc, agora está comprovado<br />
que o senhor recebeu esse dinheiro, está comprovado<br />
que foi emitido para a Force Field e eu gostaria <strong>de</strong> ter<br />
uma explicação do senhor, se for possível.<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Eu não vou<br />
po<strong>de</strong>r <strong>da</strong>r essa explicação agora, porque realmente,<br />
eu não me lembro.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – O senhor não se lembra <strong>de</strong> um milhão,<br />
quinhentos e trinta e sete mil na sua conta?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – No ano <strong>de</strong><br />
2002 e no ano <strong>de</strong> 2003, eu não me lembro.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – No entanto, lembrou agora há pouco <strong>de</strong><br />
cinqüenta mil reais, justificando José Carlos Rocha, dizendo<br />
que ele era um assessor, sabia a <strong>da</strong>ta mais ou<br />
menos. Na sua conta um milhão o senhor não lembra,<br />
mas cinqüenta mil do outro o senhor lembra.<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Dele eu<br />
lembro, porque ele prestou um serviço efetivo<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – E o senhor? O senhor não lembra a sua<br />
ven<strong>da</strong> patrimonial?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Dessa movimentação<br />
aqui, eu não me lembro não. Nesse período<br />
todo, eu movimentei oito milhões <strong>de</strong> reais na minha<br />
conta. Então, é difícil eu pegar um lançamento <strong>de</strong><br />
cento e noventa mil<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – Não. Mas o que chama a atenção é que<br />
o senhor é Diretor Administrativo e Financeiro, emite<br />
os cheques – não é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>? – para a Force Field e o<br />
cheque vai na sua conta e o senhor não se lembra?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Não me<br />
lembro, Excelência.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Aí fica difícil para nós termos outra conclusão<br />
que não seja a que me parece que é óbvia. Qual foi<br />
a sua evolução patrimonial pessoal nesse período?<br />
Particularmente nos anos <strong>de</strong> 2002 e 2003, cresceu<br />
bastante seu patrimônio pessoal?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Sim, foi<br />
quando cresceu meu patrimônio pessoal.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – Por quê?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Porque eu<br />
ganhei dinheiro com as empresas.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – E foi o período em que houve...em que nós estamos<br />
<strong>de</strong>tectando o superfaturamento dos Correios.<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Não. Foi o<br />
período em que nós prestamos serviços para os Correios<br />
e para outras empresas e nós ganhamos dinheiro<br />
com isso, porque o nosso objetivo é ganhar dinheiro<br />
com a empresa. Não é outro, não.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – E o nosso objetivo é evitar que o dinheiro<br />
público seja <strong>de</strong>sviado.<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Perfeitamente.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Então, o senhor veja aqui, olha, a sua evolução<br />
patrimonial nos anos <strong>de</strong> 2002 e 2003. Veja o gráfico,<br />
olha. Nos anos específicos em que nós acusamos o<br />
gran<strong>de</strong> superfaturamento dos Correios, a sua elevação<br />
patrimonial e <strong>de</strong> todos os sócios é muito gran<strong>de</strong><br />
exatamente nesses anos. O seu, particularmente,<br />
vem crescendo. É um pouco diferente <strong>da</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
dos sócios.<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Mas eu<br />
consi<strong>de</strong>ro que é lógico. Estou trabalhando, ganhando<br />
dinheiro, meu patrimônio tem que crescer. Senão...<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – Claro...<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – ... não tem<br />
sentido trabalhar.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Des<strong>de</strong> que seja um dinheiro lícito, o senhor<br />
merece o nosso aplauso. Mas se não for um dinheiro<br />
lícito, como, infelizmente, parece, já que as suas respostas,<br />
neste instante, qualificam evasivas. O senhor<br />
não se lembrar <strong>de</strong> 1,5 milhão na sua conta, <strong>da</strong>dos para<br />
pagar uma empresa nas Ilhas Virgens, que o senhor<br />
não consegue justificar. Evi<strong>de</strong>ntemente que parece<br />
claro que há algo errado aqui.