Ata da 10ª Reunião da Sub -relatoria de Con ... - Senado Federal
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4998 Terça-feira 18 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL – SUPLEMENTO Julho <strong>de</strong> 2006<br />
A SRª EMILY SONIA FUKUDA YAMASHITA<br />
– Nós o encaminharemos, com certeza.<br />
Muito obriga<strong>da</strong>.<br />
O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria <strong>de</strong> Sá. PTB<br />
– SP) – <strong>Con</strong>cedo a palavra ao Deputado Onyx Lorenzoni.<br />
V. Exª dispõe <strong>de</strong> 10 minutos.<br />
O SR. ONYX LORENZONI (PFL – RS) – A senhora<br />
apresentou um sli<strong>de</strong> que me chamou a atenção.<br />
Acompanho a luta dos franqueados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000. À época,<br />
eu era Deputado Estadual, e o Deputado Pompeu<br />
<strong>de</strong> Mattos também, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então acompanhamos a<br />
luta dos franqueados, porque, em um <strong>da</strong>do momento<br />
– isso é importante ficar registrado nos Anais –, se estabelece<br />
uma luta que é completamente i<strong>de</strong>ológica e<br />
ultrapassa<strong>da</strong>. A participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> nas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
públicas é algo que não se discute mais em lugar<br />
nenhum do mundo <strong>de</strong>mocrático, inclusive em países<br />
<strong>de</strong> corte socialista, ou com partidos que estejam no<br />
po<strong>de</strong>r e tenham esse corte. Por quê? Porque, mesmo<br />
no monopólio público, a participação em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s<br />
áreas <strong>da</strong> ação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> é absolutamente dispensável,<br />
até no balizamento, no regramento e na limpeza<br />
do monopólio quando público. Portanto, quero <strong>de</strong>ixar<br />
claro que nós não vamos permitir que se reabra aqui<br />
a discussão para acabar com o sistema <strong>de</strong> franqueamento<br />
nos Correios, por mais que algumas pessoas<br />
pensem que isso seja possível. Se há problemas, nós<br />
vamos trabalhar para resolvê-los, agora, retroce<strong>de</strong>r é<br />
impensável por conta <strong>de</strong> que há, hoje, uma re<strong>de</strong> que<br />
não é a <strong>da</strong> franquia <strong>de</strong> que eu vou falar. Que País é<br />
este e que sistema maravilhoso e perfeito é este <strong>de</strong><br />
monopólio, que tem 17 mil empresas concorrendo com<br />
1,2 milhões <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalhos criados? Quem está<br />
certo? É a ECT e seus problemas ou é a socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
que se organiza para superar aquilo que o ente estatal<br />
não é capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r? Portanto, acho que não há<br />
uma coisa nem outra.<br />
Sr. Presi<strong>de</strong>nte, faço essa preliminar por enten<strong>de</strong>r<br />
fun<strong>da</strong>mental o trabalho coor<strong>de</strong>nado pelo Deputado<br />
José Eduardo Cardozo no sentido <strong>de</strong> se buscar a higi<strong>de</strong>z<br />
do sistema, a correção. Brevemente teremos que<br />
discutir como o sistema vai se reorganizar, como se<br />
garantirá o direito que está adquirido, na minha visão,<br />
<strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> empresas no Brasil, como se agregarão<br />
as novas. Agora, quero dizer aqui, em alto e bom<br />
som, que muitas vozes vão se erguer na preservação<br />
<strong>de</strong> uma participação <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que, a meu ver, é<br />
imprescindível no setor público.<br />
Dito isso, gostaria <strong>de</strong> fazer alguns questionamentos<br />
que me intrigam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o Sr. Maurício Marinho<br />
começou todo esse imbróglio lá nos Correios. Há algumas<br />
<strong>de</strong>clarações <strong>de</strong>le que V. Sª po<strong>de</strong>ria nos aju<strong>da</strong>r a<br />
eluci<strong>da</strong>r, do ponto <strong>de</strong> vista conceitual, <strong>de</strong> operação, e<br />
algumas leituras técnicas que ele fez com um interesse.<br />
Eu gostaria <strong>de</strong> conhecer a sua opinião.<br />
A SRª EMILY SONIA FUKUDA YAMASHITA<br />
– Pois não.<br />
O SR. ONYX LORENZONI (PFL – RS) – Nas várias<br />
<strong>de</strong>clarações <strong>da</strong><strong>da</strong>s pelo Sr. Maurício Marinho, e ele<br />
é a base por on<strong>de</strong> se iniciam as nossas investigações,<br />
lá pelas tantas, ele diz que estima em R$4,5 milhões<br />
a R$5 milhões mensais a sonegação <strong>de</strong> receitas dos<br />
Correios, consoante informações oficiais <strong>da</strong> própria<br />
ECT. Mais adiante ele diz: “As estimativas <strong>de</strong> sonegação<br />
seriam <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente R$1 milhão/ano”.<br />
E afirma, ain<strong>da</strong>, que o faturamento oficial <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as<br />
agências franquea<strong>da</strong>s gira em torno <strong>de</strong> R$2 bilhões,<br />
dos quais R$600 milhões pertencem às franquea<strong>da</strong>s<br />
a título <strong>de</strong> comissão.<br />
A senhora acha que o Sr. Maurício Marinho fala<br />
a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>? Se a senhora acha que sim, por quê? Se<br />
a senhora acha que não, por quê?<br />
A senhora po<strong>de</strong>ria explicar como se dá o repasse<br />
<strong>da</strong> comissão <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> às franquea<strong>da</strong>s? Esse número <strong>de</strong><br />
R$2 bilhões <strong>de</strong> faturamento é mais ou menos o que<br />
é mesmo? E esses R$600 milhões é o valor que vai<br />
para as franquea<strong>da</strong>s? Esse recurso recebido é limpo<br />
ou é o bruto e tem que aten<strong>de</strong>r a to<strong>da</strong> a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
infra-estrutura dos franqueados?<br />
A SRª EMILY SONIA FUKUDA YAMASHITA – Em<br />
relação aos números, em 2004 – o senhor po<strong>de</strong> encontrar<br />
em um dos gráficos –, o faturamento que trouxemos<br />
para a empresa, especialmente carreado no segmento<br />
concorrencial, foi <strong>de</strong> R$2 bilhões, e a comissão que as<br />
nossas empresas auferiram totalizou R$588 milhões.<br />
O resultado, o saldo credor <strong>da</strong> nossa operação para a<br />
empresa foi em torno <strong>de</strong> R$1,5 bilhão.<br />
Em relação ao que o senhor está dizendo, não conhecemos<br />
pessoalmente Maurício Marinho, até porque<br />
as nossas interlocuções são feitas muito mais numa<br />
diretoria diferente. Não temos participação alguma em<br />
diretorias <strong>de</strong> administração, <strong>de</strong> recursos humanos ou<br />
financeira. Nossas tratativas são sempre com a diretoria<br />
comercial. Em momento algum tivemos interlocução<br />
com ele. Não sei se ele tem algum tipo <strong>de</strong> acesso, se<br />
a área <strong>de</strong>le lhe permite falar com proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre as<br />
questões que afetam a relação nossa com a empresa.<br />
Agora, muito nos assustou a todos, porque o diálogo e<br />
o trabalho cotidiano que temos com o quadro <strong>de</strong> funcionários<br />
<strong>da</strong> ECT não são com funcionários com esse<br />
perfil; são funcionários que estão lá labutando, juntamente<br />
com os nossos 20 mil funcionários. Os 108 mil<br />
funcionários ecetistas com quem trabalhamos todos<br />
os dias do ano são funcionários que realmente estão<br />
lá batalhando, trabalhando para fazer cumprir os pa-