Ata da 10ª Reunião da Sub -relatoria de Con ... - Senado Federal
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Julho <strong>de</strong> 2006 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL – SUPLEMENTO Terça-feira 18 5027<br />
sair”. Isso sim é conluio. Mas um certame disputado<br />
com <strong>de</strong>zesseis lances, jogando o preço lá em baixo,<br />
e ain<strong>da</strong> discutindo com o pregoeiro ou a pregoeira, na<br />
época, realmente é <strong>de</strong> estranhar que haja conluio.<br />
Segundo, ninguém restringiu a participação <strong>da</strong> Varig.<br />
Nem os Correios nem ninguém. Foi a própria Varig<br />
que criou a situação <strong>de</strong> restrição <strong>de</strong>la mesma em to<strong>da</strong>s<br />
as participações <strong>de</strong> concorrência junto aos Correios.<br />
Por quê? Ele teve a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, operou a linha dos<br />
Correios durante 45 dias, e isso nunca é colocado. Até<br />
parece que, no final <strong>da</strong>s contas, estamos discutindo<br />
um direito <strong>da</strong> VarigLog, e não do Po<strong>de</strong>r Público. Por<br />
quê? Porque a VarigLog fez a operação <strong>da</strong> linha por<br />
45 dias, todo dia <strong>de</strong>ixava a carga dos Correios no chão<br />
para transportar a própria carga <strong>de</strong>la, enten<strong>de</strong>u? Fazia<br />
o que queria <strong>de</strong>ntro do processo licitatório, a tal ponto<br />
que não houve outra alternativa para o Correio senão<br />
rescindir, por inadimplência, o contrato <strong>da</strong> Varig.<br />
E aí vem outra ressalva: quanto à Skymaster, <strong>de</strong><br />
não querer assinar o contrato, <strong>de</strong> não querer cumprir,<br />
o Correio nos ameaçou <strong>de</strong> imputar uma multa <strong>de</strong> cinco<br />
anos sem licitar e 20% do contrato, um dos motivos que<br />
nos levaram a cumprir o contrato também até o final.<br />
Mas, quando a Varig transgrediu to<strong>da</strong>s as condições<br />
do contrato, simplesmente rescindiram o contrato; não<br />
aplicaram sequer uma penali<strong>da</strong><strong>de</strong> em cima <strong>da</strong> Varig<br />
Log. Nenhuma penali<strong>da</strong><strong>de</strong>! Então, qual foi a restrição?<br />
O Correio tem que prestar um serviço público, e não é<br />
só o preço do serviço público, é a eficiência do serviço<br />
público. O Correio hoje é reconhecido internacionalmente<br />
pela eficiência <strong>de</strong>le e não pelo preço barato <strong>da</strong><br />
correspondência que ele cobra. Então, é uma empresa<br />
que tem que apresentar resultado, não só no preço,<br />
mas na quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, porque isso vai refletir, logicamente,<br />
no serviço final que ela está prestando.<br />
Se existe uma empresa que é concorrente clara<br />
do Correio, que <strong>de</strong>ixa a carga <strong>de</strong>le todo dia no chão<br />
para transportar a própria carga, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contrato<br />
que <strong>de</strong>veria estar sendo exclusivo para o Correio,<br />
então, essa empresa não po<strong>de</strong> prestar serviço para o<br />
Correio. Agora, não nos cabe, à Skymaster, analisar<br />
essa situação. Quem analisou a situação foi o próprio<br />
Correio, em função do <strong>de</strong>partamento jurídico <strong>de</strong>le, que<br />
se reuniu... e operacional, que chegaram à conclusão<br />
<strong>de</strong> que empresas que fossem concorrentes e não reunissem<br />
também – era uma outra situação <strong>de</strong>sse edital<br />
– condições <strong>de</strong> certidões negativas, <strong>de</strong> estar em dia<br />
com as suas obrigações com o Po<strong>de</strong>r Público, não<br />
po<strong>de</strong>riam participar <strong>da</strong> licitação. E foi o caso <strong>da</strong> Varig<br />
Log. Ela se excluiu do certamente, e não o Correio<br />
que excluiu ela.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – Posso dizer-lhe que o Tribunal <strong>de</strong> <strong>Con</strong>tas<br />
<strong>da</strong> União – com o qual pessoalmente concordo, nesse<br />
caso – disse que essa cláusula é claramente ofensiva<br />
ao princípio <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> isonomia, e evi<strong>de</strong>ntemente<br />
ilegal. Logo, nesse edital, houve uma restrição<br />
in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>, do ponto <strong>de</strong> vista jurídico, à participação <strong>de</strong><br />
empresas. É aquilo que nós falamos, <strong>de</strong> redução <strong>da</strong><br />
competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> natural do certame, que obviamente<br />
conduziu o seu resultado. <strong>Con</strong>si<strong>de</strong>rando que, <strong>de</strong>pois<br />
disso, já com essa condução, com essa restrição, três<br />
empresas que obviamente mantêm um vínculo evi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> relação participaram, só se eleva a suspeita<br />
que eu afirmo.<br />
Agora, em relação à Aeropostal, os senhores<br />
sabiam que eles não tinham a Cheta. Por que não impugnaram<br />
a participação?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Porque ela<br />
per<strong>de</strong>u. Ela saiu logo no começo do edital...<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – Não. Ela fez um lance!<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Sim, mas<br />
ela <strong>de</strong>sistiu logo no começo. Só ficou a Beta e a Skymaster<br />
no certame. Então, nós vamos impugnar uma<br />
empresa que per<strong>de</strong>u, que não trouxe prejuízo para a<br />
gente no certame? Não faz sentido.<br />
Nós impugnamos, sim, na licitação <strong>de</strong> 2003, TCB,<br />
Promo<strong>da</strong>l, Beta e Varig, porque elas, sim, fizeram um<br />
conluio para jogar a condição <strong>de</strong> preço <strong>da</strong> Skymaster<br />
lá embaixo.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – A impressão que nos dá é que – usando a<br />
linguagem <strong>da</strong> aviação – os senhores tinham um céu<br />
<strong>de</strong> briga<strong>de</strong>iro nos Correios. A partir <strong>de</strong> um certo momento,<br />
ocorre uma turbulência. Essa turbulência leva<br />
a essa disputa terrível <strong>de</strong>sse pregão, e <strong>de</strong>pois passa<br />
a tormenta e o céu volta a ser <strong>de</strong> briga<strong>de</strong>iro.<br />
Vamos prosseguir. Vamos falar um pouco <strong>de</strong>ssa<br />
licitação que o senhor falou, <strong>de</strong> 2003. Os senhores<br />
não tinham aceitado uma negociação que foi coloca<strong>da</strong><br />
aos senhores, naquele período, como redução do<br />
preço, não é? Os Correios tentaram forçar os senhores<br />
a reduzir; todos os outros concor<strong>da</strong>ram em reduzir;<br />
os senhores não concor<strong>da</strong>ram em fazer a redução do<br />
preço. Isso é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Não, não<br />
proce<strong>de</strong>, Excelência.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Não houve uma negociação?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Nós sempre<br />
quisemos fazer negociação <strong>de</strong> preço. O Correio que,<br />
através do presi<strong>de</strong>nte, Airton Dipp, nunca aceitou nenhuma<br />
proposta nossa, nunca se dignou a fazer uma<br />
negociação <strong>de</strong> preço.