Ata da 10ª Reunião da Sub -relatoria de Con ... - Senado Federal
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5022 Terça-feira 18 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL – SUPLEMENTO Julho <strong>de</strong> 2006<br />
àquele que <strong>de</strong>scumpre totalmente as obrigações assumi<strong>da</strong>s.<br />
Os senhores estariam submetidos a sanções<br />
administrativas, <strong>de</strong>ntre as quais, inclusive, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> serem <strong>de</strong>clarados inidôneos em licitação e<br />
se submeteriam a per<strong>da</strong>s e <strong>da</strong>nos.<br />
Como os senhores se arriscam <strong>de</strong>ssa forma num<br />
caso <strong>de</strong>sse tipo? Isso po<strong>de</strong>ria aniquilar a empresa,<br />
porque fun<strong>da</strong>mentalmente o grosso do trabalho <strong>da</strong><br />
Skymaster é com os Correios. Ou seja, me parece estranho<br />
que uma empresa que não tenha conseguido<br />
liminar na Justiça se arrisque a um subfaturamento <strong>de</strong><br />
tal natureza em que fosse obrigado a aceitar um contrato<br />
sem que tivesse algum tipo <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> que<br />
esse preço seria elevado no futuro.<br />
O senhor enten<strong>de</strong>u o meu raciocínio?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Entendi.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Ou seja, me parece estranho, e essa é uma<br />
<strong>da</strong>s coisas que têm chamado muito a atenção <strong>de</strong>sta<br />
Comissão, como alguém po<strong>de</strong> correr um risco <strong>de</strong> subfaturar<br />
um preço, quando não teve liminar, quando não<br />
tinha garantia judicial, quando, ao vencer a licitação,<br />
estaria numa condição <strong>de</strong> ter que assinar o contrato,<br />
contrato que não po<strong>de</strong>ria cumprir, que era inexeqüível<br />
e que se não cumprisse seria penalizado a ponto <strong>de</strong><br />
inviabilizar a própria empresa. O senhor conseguiria<br />
me explicar essa estratégia? Porque, sinceramente,<br />
não conseguimos entendê-la.<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Inicialmente,<br />
foi uma estratégia traça<strong>da</strong> pelos advogados que tinham<br />
convicção e nenhum sócio <strong>da</strong> empresa...<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – V. Sª podia dizer quais foram os advogados<br />
que o orientaram nesse caso?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Dr. Luiz<br />
Shimonovski, cujo escritório é em São Paulo, na época.<br />
Eles nos garantiram reverter, juridicamente, essa<br />
situação. Inicialmente, eles achavam que íamos conseguir<br />
reverter isso <strong>de</strong>ntro dos Correios, administrativamente.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – Permita-me. Se havia tanta segurança que<br />
iam reverter juridicamente, V. Sª não precisaria ter entrado<br />
com o preço subfaturado, porque a Justiça não<br />
<strong>da</strong>ria a licitação.<br />
Por que entrar com o preço subfaturado, se tenho<br />
certeza <strong>de</strong> que vai reverter na Justiça? Se não reverter<br />
na Justiça, a licitação é nula.<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Mas o problema<br />
maior era esse. Se <strong>de</strong>ixássemos que atravessasse<br />
uma nova empresa na relação entre a Skymaster e<br />
os Correios, aí sim, não haveria chance nenhuma <strong>de</strong><br />
reverter, porque o po<strong>de</strong>r público iria ter <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizar<br />
essa empresa <strong>de</strong> outra maneira. Então, a instrução do<br />
advogado era para não <strong>de</strong>ixar atravessar nenhuma<br />
outra empresa entre Correios e Skymaster. Só assim<br />
a gente conseguiria reverter esse assunto.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – Para quem tinha segurança <strong>de</strong> reverter na<br />
Justiça, é uma estratégia, no mínimo, estranha, porque<br />
os senhores estavam correndo um gran<strong>de</strong> risco,<br />
que era o risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir a própria empresa, e os<br />
senhores sabiam disso porque não são inexperientes<br />
no mercado.<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Não, <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>struir a própria empresa não havia, nem houve nunca<br />
esse risco, porque...<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Imagine se o senhor tomasse uma sanção <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inidonei<strong>da</strong><strong>de</strong> para licitar. O que aconteceria<br />
com a Skymaster?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Não, isso<br />
não iria acontecer, porque nós traçamos... O nosso<br />
planejamento é muito bem focado, e nós sabíamos<br />
exatamente até on<strong>de</strong> podíamos chegar sem comprometer<br />
a...<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Quantos por cento <strong>da</strong> receita <strong>da</strong> Skymaster<br />
são oriundos dos Correios?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Hoje?<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo.<br />
PT – SP) – À época.<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Em 2004,<br />
40% foi relativa aos Correios e 60% <strong>de</strong> outros clientes.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Quantos outros clientes <strong>da</strong> área pública?<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Em 2004,<br />
fizemos alguns vôos para o Banco Central, dois ou<br />
três, não me lembro a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>. Tirando isso, não<br />
tínhamos nenhum outro cliente <strong>da</strong> área pública além<br />
dos Correios.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – Ou seja, nessa estratégia, o senhor per<strong>de</strong>ria,<br />
no mínimo, 40% do seu faturamento.<br />
O SR. JOÃO MARCOS POZZETTI – Quarenta<br />
por cento do meu faturamento.<br />
O SR. PRESIDENTE (José Eduardo Cardozo. PT<br />
– SP) – O que po<strong>de</strong>ria, evi<strong>de</strong>ntemente, inviabilizá-lo<br />
para quaisquer outras disputas com quaisquer outros<br />
entes públicos, inclusive com os Correios e, reconheci<strong>da</strong>mente,<br />
do ponto <strong>de</strong> vista jurídico, os senhores<br />
estariam aniquilados, digamos assim, no mercado. É<br />
isso que nos causa surpresa.<br />
E por que causa surpresa? Porque há <strong>de</strong>núncias,<br />
informações e até afirmações feitas em <strong>de</strong>poimentos