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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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domado. Pelo menos em parte. E eu escutava o que ele me dizia com toda a atenção.<br />

Quando chegava a hora da aula propriamente dita eu já estava moído de tanto me<br />

esfalfar com o Péricles. Mas não era desculpa para não treinar. Depois começava outra<br />

aula. Se eu tinha tempo acabava ficando para mais uma hora e meia. Como já tinha feito a<br />

parte física na primeira aula achava que ia me livrar dela na segunda. Mas que nada!<br />

— Não, senhor! Quem quer ser bom tem que treinar prá valer. Trata de fazer a aula<br />

completa. — Falava o Péricles.<br />

Ele exigia cada vez mais de mim. Eu encarava. Não raro eu treinava quatro, cinco<br />

horas diárias de segunda a segunda.<br />

Eu e o Péricles acabamos formando uma dupla que entusiasmou a Academia.<br />

Abriram novos horários de treinos. Por ocasião da abertura destes horários o Péricles fez<br />

uma apresentação que me deixou babando! Aquilo fez com que eu me dispusesse a<br />

aprender mais ainda tudo o que fosse possível.<br />

A Academia lotou e foi preciso mais horários ainda. Houve nova apresentação e<br />

dessa eu também tomei parte, auxiliando o Péricles em coisas mais simples, mostrando o<br />

manejo do nunchaku e palestrando um pouco sobre a parte teórica dos estilos. Aprendi<br />

muito!<br />

***<br />

Havia outras vantagens em ter carta branca dentro da Academia. Eu tinha a chave e<br />

com o contínuo crescimento de alunos eu acabei por abrir alguns horários clandestinos.<br />

Marcava períodos de treinos para alunos que pagavam diretamente para mim. E eu<br />

embolsava a grana. Era o espírito da Gangue, não tinha jeito. Eu não via muito mal<br />

naquilo, afinal quem estava trabalhando era eu. O fato de usar o espaço da Academia era<br />

mero detalhe!<br />

Além de treinar muito era possível fazer tudo o que normalmente não se faria.<br />

Mesmo assim os alunos me respeitavam bastante como Professor. Todos me achavam<br />

super-responsável apesar da minha liberalidade antes e depois dos treinos. ( somente antes<br />

e depois, porque os treinos eram sagrados!).<br />

E eu me gabava de saber enganar muito bem. Se fosse possível surrupiar dinheiro eu<br />

também não pensava duas vezes. Que maldade! Mas que vínculo eu tinha com a dona da<br />

Academia? Nenhum, é verdade. Eu jamais roubaria do Péricles, por exemplo.<br />

E como a prejudicada era ela, também fiz cópias da chave para os meus manos mais<br />

chegados da Gangue. Expliquei muito bem quando o campo estaria limpo. E eles viviam<br />

por lá com as namoradas. Eu os havia inclusive chamado para os treinos clandestinos,<br />

onde seriam ensinados em primeira mão, mas ninguém deu bola. Eles preferiam as lutas

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