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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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mesmo porque ele nunca estava por ali.<br />

Eu ia passando ao lado do meu pai quando o tal menino olhou para mim. E não sei<br />

se por pura obra do acaso ou porque o São Paulo havia ganho o jogo e isso deixava a<br />

todos muito felizes, inacreditavelmente ele puxou papo comigo.<br />

— Êh, meu! Você também é são-paulino, é? — Gritou ele de longe para mim.<br />

Fiquei surpreso e satisfeito com a pergunta:<br />

— Sou, sim! Você também viu o jogo? — Gritei de volta.<br />

— Vi, estou voltando de lá agora!<br />

Meu pai resmungou em tom que só eu ouvisse e me chamou logo:<br />

— Venha cá, Eduardo, não vai se meter com essa ralé.<br />

Eu fiz que não ouvi.<br />

— Legal! - Diminuí um pouco o passo. — Eu também fui ao estádio, super jóia, né?<br />

Que jogo!<br />

— Pô, cara, maneiro, altos lances! Só deu fina neste jogaço!<br />

A medida que eu retardava o passo meu pai aumentava o dele e volta e meia olhava<br />

para trás, me chamava.<br />

— Eduardo, vamos!<br />

— Peraí, pai, já vou.<br />

— Como é o nome do seu pai? — Perguntou o menino.<br />

— Otávio.<br />

Ele bradou com as mãos em concha:<br />

— Seu Otávio, deixa ele ficar aqui conversando um pouco com a gente!<br />

E não é que a conversa engrenou? Não sei o que deu no moleque, mas eu não<br />

conversava assim amistosamente com ninguém fazia muito tempo. A turma da Kombi<br />

também ficou por ali um bom tempo, conversavam entre eles porque eram mais velhos.<br />

Volta e meia um deles brincava com meu colega, numa boa. E ninguém se implicou<br />

comigo. Na verdade, nem sabiam quem eu era e isso ajudou muito. A maioria deles<br />

morava ali mesmo no pedaço, mas eu não conhecia ninguém.<br />

— E como é o teu nome? — Perguntou por fim o menino.<br />

— Eduardo.<br />

— Essa não! Não diga! Caramba, o meu também! É isso aí, cara, nós somos<br />

“brother” mesmo, tu é gente fina! E são-paulino ainda!

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