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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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verdade!<br />

Na Gangue nós costumávamos apostar “quem conseguia conquistar quem”. Era só<br />

brincadeira e era divertido! Se fosse feita a coisa certa as meninas caíam que nem peixes na<br />

nossa rede. Era muito fácil! Passar um mel, elogiar, dizer as coisas certas, fazer elas rirem (<br />

quando elas riem é sinal que as barreiras foram derrubadas, a partir daí está quase no<br />

ponto).<br />

Depois que elas ficavam interessadas e vinham atrás, era só dar a patada. Bem dada.<br />

A brincadeira consistia no conquistar, apenas.<br />

Os mais safados (a maioria) bem que aproveitavam um pouco antes de descartar.<br />

Mas eu tinha dó, geralmente nem encostava nelas. Ficava só na conversa.<br />

Mas com Camila não era questão de aposta e fui cauteloso. No meu entender era a<br />

única moça que valia a pena. Fui discreto nas minhas atitudes, procurava agradá-la sem<br />

exagerar. Mas acabei dando bandeira meio sem querer.<br />

Camila era o tipo de garota que não tinha muito dinheiro e, como eu roubava, esse<br />

não era o meu problema. Conversando, uma vez ela comentou comigo que estava<br />

querendo uma fita de vídeo do John Travolta, alguma coisa no “Tempo da Brilhantina”.<br />

Dias depois eu estava no shopping e lembrei. Resolvi comprar a fita e dei a ela de<br />

presente.<br />

Uma outra vez ela queria um Snoopy de pelúcia e eu acabei comprando também o<br />

tal boneco. Depois foi um perfume de almíscar. Mas aí achei que já tinha dado presentes<br />

demais e aquilo poderia me trair. Então às vezes eu a convidava apenas para comer lanche<br />

no MacDonald's depois da aula. Ela estava sempre com fome e, para variar, o problema de<br />

sempre: nada de dinheiro!<br />

Uma vez fomos ao cinema, eu, ela e a “Estranha”. Camila aceitou meu convite mas<br />

insistiu em que levássemos a “Estranha”, e eu tive que agüentar a vela, não teve outro<br />

jeito.<br />

Eu escolhi o filme e fomos ver “Pink Floyd The Wall”. Eu pensei que ia ser o<br />

máximo mas no fim o filme revelou-se um abacaxi do início ao fim. Quando saímos, só<br />

fiquei esperando a reação das duas:<br />

— E aí? O que que vocês acharam do filme? — Perguntei.<br />

— É... profundo, né?<br />

— Aquela parte dos martelos marchando, então, foi demais!!<br />

— É, mas quando os meninos estavam caindo no moedor de carne foi melhor<br />

ainda!<br />

— A explosão do muro teve um super-significado...

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