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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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sentir umas pequenas descargas elétricas, sabe? Como uns choquinhos pelo corpo que<br />

começavam pelas mãos, bem brando, suave... e depois iam aumentando. — Ela explicou<br />

melhor: — Como se estivesse passando uma corrente elétrica pelo meu corpo!<br />

Eu assenti com a cabeça:<br />

— Sei como é que é. Mas e daí, Thalya?<br />

— Bom, a Rúbia estava com um anel no dedo anular esquerdo dela. Eu lembro<br />

bem, pois já havia reparado nele; tinha um símbolo no anel, um triângulo invertido. Aí ela<br />

encostou o anel na minha testa, aqui, no meio dos olhos e falou algumas palavras que não<br />

entendi. E pediu que eu repetisse também. Deram-me algo para beber num cálice. Era<br />

grosso, cor vermelho escuro. Acho que devia ter sangue misturado ali...e todas beberam<br />

depois de mim, na mesma taça! E cada uma, após beber, erguia a taça no ar, acima da<br />

cabeça, como se estivessem oferecendo um brinde a alguém. E sempre, todo o tempo, elas<br />

cantavam os mantras!<br />

— Você teve que fazer também uma espécie de renúncia do Cristianismo? —<br />

Adiantei-me, curioso.<br />

— Isso! Fiz, sim. Você também deve ter feito, né?<br />

Acenei afirmativamente com a cabeça. Ela prosseguiu:<br />

— Foi interessante... a Rúbia dizia uma frase e eu repetia. Tão logo eu acabava, as<br />

outras bradavam em coro a mesma coisa. A seguir Rúbia tornava a repetir a mesma frase<br />

de renúncia, só que em aramaico. E assim frase a frase, até o fim! Então, depois desta<br />

renúncia ela me perguntou se eu tinha certeza do fato de estar ali porque... como eu<br />

deveria saber...”este é um caminho sem volta”, disse-me ela. — Thalya emudeceu<br />

brevemente e deu de ombros. — Bom, nós já sabíamos disso! “Um caminho sem volta...”,<br />

disse ela, “mas um caminho de liberdade plena, de alegria verdadeira” e etc. .. etc. .. tudo<br />

aquilo que nós já ouvimos muitas vezes. Mas o mais estranho foi depois disso. A Rúbia fez<br />

uns gestos com os braços, sei lá, foi meio rápido. Alguma coisa como umas sinalizações.<br />

Falou umas coisas e terminou cruzando os braços sobre o peito com força. Ficou assim,<br />

de cabeça baixa, como se estivesse esperando, ou se concentrando. Pude perceber que a<br />

sua respiração começou a ficar mais e mais forte, mais pesada... e quando ela falou... não<br />

era mais a voz dela. Era uma voz masculina, grave! E os olhos ficaram diferentes quando<br />

olharam prá mim, mas não consegui ver bem, estava com o capuz muito puxado sobre o<br />

rosto. Aí ela, ou ele, falou encorajadoramente: “Não tema, minha filha. Seja bem vinda,<br />

você está na minha casa agora.” Disse também algo a respeito das alianças. Mencionou<br />

aquela que nos foi dada, dizendo que eu não me esquecesse do seu significado. Mas que<br />

agora a aliança era dupla porque nós dois, eu e ele, também estávamos unidos a partir<br />

daquele momento.<br />

Thalya ergueu o rosto e olhou brevemente para os meus olhos. Depois continuou:

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