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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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esquecesse aquela história de ter dó! Era preciso destilar ódio em cada palavra, cada gesto,<br />

sem medo... senão o feitiço podia virar contra o feiticeiro!<br />

E aprendi. Meu primeiro assalto foi o de uma mulher que saía do banco com grana<br />

gorda. Umas garotas “simpatizantes” da “29” auxiliaram um pouco. Nós não podíamos<br />

entrar no banco sem despertar suspeitas, então essa foi a parte delas. Assim que recebi o<br />

sinal e vi quem era a pessoa, fui atrás decidido, a adrenalina circulando nas veias.<br />

Não tinha mais medo. Estava com o revólver na cintura e em poucos minutos meu<br />

pessoal viria atrás de mim. Não tinha o que dar errado.<br />

Ela parou perto do carro que deixara estacionado, sossegada, ajeitando o cabelo.<br />

Havia dois homens parados a alguns passos, perto de um ponto de ônibus. Não podia<br />

perder mais um minuto. Cheguei bem perto dela, quase encostando no seu corpo e<br />

mostrei a arma coberta pela jaqueta. Pelo canto do olho vi que logo atrás de mim estavam<br />

o Tistu e o Éder.<br />

Destilei ódio em cada palavra de ameaça, muito rapidamente. E ela simplesmente<br />

abriu a bolsa e me deu todo o dinheiro, muda e lívida. Um maço enrolado com elástico.<br />

Os homens que estavam no ponto e que conversavam entre si sequer notaram o<br />

ocorrido. Eu saí nas nuvens. Tinha sido fácil demais. Na esquina, só observando, o Tistu e<br />

o Éder continuavam de olho em mim. O resto da turma, mais distante, disfarçava olhando<br />

vitrines.<br />

Só nos juntamos novamente a duas ou três quadras dali.<br />

Exibi o macinho de dinheiro. Ganhei todo o mérito. Entramos no ônibus e fomos<br />

para o fliperama. A grana foi dividida e passamos a tarde toda jogando. Compramos uma<br />

quantidade absurda de fichas e muita cerveja.<br />

E assim eu ia descabaçando aos poucos. O roubo tinha o seu “lado bom”. Nós nos<br />

divertimos prá valer com o dinheiro arrecadado!<br />

— Aêh, galera!! — Gritou o Bolinha. — Quem quer umas pizzas?!<br />

Na Gangue, o que era de um era de todos, era sempre assim. E dinheiro nunca<br />

faltava porque todo mundo roubava. Nada era mais divertido do que gastar dinheiro em<br />

bando!<br />

Às vezes o dinheiro também podia ser simplesmente dividido e cada um usava o seu<br />

conforme conviesse melhor. Havia quem gostasse de gastar com mulheres. Outros<br />

compravam roupas e objetos de uso pessoal. Tinha quem destinasse tudo para as drogas.<br />

Eu, particularmente, gastava em muito chocolate e amendoim japonês. E armas, minha<br />

nova febre!<br />

Comprei uma corrente grossa para usar com um cadeado na ponta, amarrada à

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