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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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vinha abusando. Mexia com todo mundo! Vivia exibindo a altura e os músculos, todo<br />

metido a halterofilista. Pelo visto estava acostumado a deitar e rolar em cima dos outros. E<br />

sempre ficava tudo por isso mesmo, o tamanho dele impunha lá o seu respeito: era<br />

bastante forte, encorpado, beirando seus 1,90 m de altura.<br />

Comigo também ele abusava um pouco, vez por outra vinha com pequenas<br />

provocações. Deixei passar. Não valia a pena sujar a mão com aquele trouxa.<br />

— E aí, tudo em cima? — Fez ele dando tapas nas nossas costas. — E aí? — Ele<br />

aproveitou para me dar uma palmada pesada no cangote e acrescentar, meio debochado:<br />

— Sabe de uma coisa? Eu acho que você devia cortar esse seu cabelo!<br />

Ele ia me encostando a mão de novo mas me esquivei sem dar resposta. Eu nem<br />

sequer lhe dirigia a palavra. Mas já estava começando a me dar nos nervos. Ele vinha cada<br />

vez mais confiante para o meu lado e começou a passar dos limites do aceitável. Na cabeça<br />

dele acho que rolava a história de sempre, isto é, que talvez eu o temesse fisicamente.<br />

E o César parece que decidiu que ia mesmo me tirar do sério!<br />

Colocava os pés na minha carteira e sujava minha roupa de propósito, jogava a<br />

fumaça do cigarro na minha cara, me provocava verbalmente, bobeiras assim. Ah, minha<br />

índole não combinava com esse tipo de coisa!... Mas era a primeira vez que eu estudava em<br />

colégio particular desde a minha infância. E, prá dizer a verdade, estava gostando do curso<br />

de Administração. E tinha intenção de receber meu diploma de Química.<br />

Não queria arrumar confusão e acabar sendo expulso. Sempre fui “oito ou oitenta”,<br />

meio termo para mim não existia, não havia ponderação. Eu sabia que se perdesse a<br />

cabeça a coisa ia ficar feia de verdade. Por conta disso fui deixando, fui deixando, fui<br />

deixando.<br />

A Camila incentivava :<br />

— Larga mão, ele é um bobão !<br />

Comentei com o pessoal da ADINK, casualmente, uma noite:<br />

— Tem um (...) no meu colégio que não dá trégua!!! Acho que eu vou ter que<br />

arrebentar com ele.<br />

— Olha, toma cuidado, cara! Pode dar confusão, você sabe, heim? — Falaram meus<br />

companheiros.<br />

De fato eu sabia. Se usasse a Arte para agredir alguém e a história chegasse aos<br />

ouvidos dos Mestres da Academia aquilo poderia resultar em expulsão por ato<br />

indisciplinar. Além da perda do meu recém-conquistado Registro na Federação. Estava<br />

encurralado: ser expulso da ADINK.. ou ser expulso do colégio???<br />

— Vou tentar... — Respondi bufando. — Tentar exercer os princípios da Arte

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