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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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não foi necessário bater. Havia alguém à nossa espera. Nem bem subimos os primeiros<br />

degraus de pedra e apareceu um senhor que nos recebeu cheio de sorrisos. Deveria ser<br />

uma espécie de mordomo, refleti ao ultrapassar o umbral da porta e adentrar o recinto ao<br />

lado de Marlon.<br />

— Sejam muito bem vindos! Estávamos esperando por vocês. Fizeram boa viagem?<br />

— Cumprimentou o homem com gentileza. A ante-sala — creio que somente uma sala de<br />

espera — não era muito grande mas cheirava a luxo.<br />

— Dêem-me licença por um minuto. — Falou o tal mordomo olhando para Thalya<br />

e para mim.<br />

— Esperem aqui! — Tornou Marlon. — Eu já volto. Fiquem à vontade, tá? — E<br />

desapareceu.<br />

Olhei ao redor. O ambiente parecia aconchegante... e senti paz! Havia tanto silêncio.<br />

Mas não era um silêncio opressivo e<br />

nem intimidador.<br />

A decoração da sala seguia um estilo todo sofisticado e eu reparei em cada detalhe,<br />

boquiaberto, enquanto me acomodava no sofá. Ele era todo revestido com pele de<br />

animais, muito gostoso e macio ao toque, de cor clara com manchas pretas. O tapete ao pé<br />

do sofá também era de pele.<br />

Os móveis eram de madeira maciça e lustrosa, pesados, enormes, sem um grão de<br />

poeira. A um canto havia uma lareira encimada por duas enormes presas de marfim<br />

formando um arco. No centro deste arco a moldura contendo o meio-corpo de um<br />

homem. Imaginei que deveria ser o dono do lugar. Afinal... alguém havia de ser o dono!<br />

As janelas exibiam cortinas de tecido espesso cor de creme e as pontas dos suportes<br />

de madeira que as sustentavam pareciam ser de bronze e reluziam bastante.<br />

Espalhadas pelas paredes, imóveis e impressionantes, cabeças de animais<br />

empalhadas: cabeça-de-alce, cabeça-de-leão, ca-beça-de-tigre, cabeça-de-pantera, cabeçade-urso...não<br />

resisti e cheguei perto para ver melhor.<br />

“Uau...como é grande uma cabeça de leão!”, pensei comigo mesmo.<br />

Eu olhava e olhava, impressionado com todo aquele requinte. Thalya parecia<br />

impressionada da mesma forma e durante os primeiros minutos não encontramos palavras<br />

para trocar. Permanecemos ali emudecidos, apenas contemplando. A sensação de<br />

irrealidade continuava presente, permeando tudo, mesclada com uma fascinação quase<br />

perturbadora.<br />

“Será que nós estamos mesmo aqui?”, refleti novamente. “Será que estão realmente<br />

esperando a gente?”

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