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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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Brincava ele.<br />

Eu apreciava aquele desprendimento. Às vezes, durante as seqüências livres, ele<br />

reparava em algum movimento que eu fazia e ele não conhecia.<br />

— EI! Espera aí! Como é que você faz isso?!<br />

Eu mostrava. Trocamos muita figurinha durante aquele período. E os outros alunos<br />

repararam. Quando o tal curso acabou, após um mês, a história já tinha repercutido e<br />

apareceu mais gente interessada em aprender nunchaku. Os próprios alunos foram à<br />

secretaria da ADINK pedir autorização para que eu mesmo pudesse dar um novo curso.<br />

O Professor responsável pelo primeiro curso tinha me dado nota máxima no<br />

diploma e me elogiado bastante perante os meu Mestres. Considerou-me perfeitamente<br />

habilitado para ensinar nunchaku embora não fosse ainda Professor. A ADINK era<br />

absolutamente rigorosa nestes aspectos burocráticos e hierárquicos, mas diante daquilo o<br />

Mestre responsável aprovou o curso.<br />

Eu me dava muito bem com todos. Apenas um achou de implicar comigo, um<br />

Professor de nome Ricardo. Ele não gostava de mim, e era recíproco.<br />

— Essa história de você dar aula não está certo. Você não é Professor!<br />

— Se você puder manejar nunchaku melhor do que eu o lugar é seu. — Retruquei<br />

sem papas na língua. — Vá reclamar com quem aprovou o meu currículo!<br />

E isso ele não podia fazer, de sorte que acabei ficando com um horário fixo todos<br />

os sábados pela manhã. Três horas de treino. Na verdade o curso não era só de nunchaku.<br />

Passei a dar “Armas”, e o tempo preestabelecido foi de três meses. Ensinava nunchaku,<br />

bastão longo e bastão curto.<br />

Os alunos da primeira turma adoraram. Diante do bom resultado o curso acabou<br />

tornando-se vitalício. Havia filas de espera, pois só matriculavam-se trinta de cada vez.<br />

Logicamente o lucro para a ADINK era tremendo porque os alunos pagavam à parte; e<br />

volta e meia a Academia subia ainda mais o preço. Quanto a mim, me rendia uma grana<br />

extra muito boa.<br />

Mais tarde, conforme me destacava nas aulas, às vezes era escalado para substituir<br />

algum Professor. Geralmente nos sábados à tarde. Não era sacrifício nenhum, pelo<br />

contrário. Eu sempre treinava como se fosse a última coisa que eu pudesse fazer na vida.<br />

Não raro vinha lá com meu programa todo escritinho meticulosamente em um papel. E<br />

enquanto eu não acabasse não saía da Academia. Não cumprir o treino era um desastre<br />

inominável!!! Por exemplo, às vezes eu tinha que treinar perna: 300 chutes semicirculares<br />

com cada perna no saco de pancada, com caneleiras de 2 quilos em cada uma. E fazia.<br />

Quando tirava as caneleiras não podia nem andar. Sempre fui meio exagerado!...<br />

Camila começou a gostar menos ainda daquela “moda”. Não aceitava que eu

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