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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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pequena, acinzentada. Um revólver calibre 32!!!<br />

Fiquei sem fala.<br />

— Caramba... — Murmurei alternando a vista entre o presente e o rosto do Márcio.<br />

Ele ergueu o mão fechada na altura dos meus olhos e eu instintivamente abri a<br />

minha à espera do que viria. Márcio deixou cair um punhado de balas, sem dizer mais<br />

palavras.<br />

***<br />

Aquele foi o maior presente e voto de confiança que eu poderia esperar dos meus<br />

amigos. Agora eu fazia parte da Gangue de verdade... meu nome já não era mais Eduardo!<br />

Naquela época eu não poderia ainda prever mas aquele meu “outro nome”, Catatau, seria<br />

muito temido no bairro!<br />

Mas a minha primeira briga de verdade não foi ainda daquela vez. Já nem me lembro<br />

qual foi o imprevisto, não foi desculpa fajuta, mas não pude comparecer. Ficou para uma<br />

outra ocasião!<br />

E naquele dia saí da “29” sentindo-me literalmente outra pessoa com a arma<br />

guardada na cintura debaixo da camiseta. A sensação do metal encostado ali era estranha.<br />

Estranha e agradável. Disseram que me ensinariam a atirar. Eles costumavam treinar em<br />

terrenos descampados, atirando em latas de cerveja.<br />

Tudo aquilo dava uma indescritível sensação de poder que eu nunca tinha<br />

experimentado antes!<br />

***<br />

Apesar do meu ingresso na Gangue ir à escola continuava sendo a mesma porcaria<br />

de sempre. Certa vez um de meus piores inimigos resolveu dar uma de bonzinho. Foi logo<br />

depois que eu ganhei o cano (o revólver).<br />

Barão anunciou para todo mundo ouvir:<br />

— Pois é, pessoal, vocês judiaram muito deste pirralho aí! Agora já chega. Eu vou<br />

adotá-lo, vou ser seu pai e ele vai ser o meu filho. Quem mexer com ele de agora em<br />

diante vai se haver comigo.<br />

Olhei para ele, analisando-o. O resto do pessoal que me oprimia não deu risada. Será<br />

que era verdade ou mais uma peça qualquer? Barão viu que eu estava ressabiado. Sorriu<br />

amistosamente. Ele sabia ser convincente e simpático quando convinha.<br />

— Pode vir aqui, Eduardo, é sério! Não precisa ter medo.

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