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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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calmamente atrás de nós. Fomos caminhando lado a lado, observando.<br />

— Para que será que servem, não? — Sussurrei para ela de repente.<br />

Acho que falei meio alto. A suave cantilena não encobriu minha voz. Alguém ali<br />

atrás, postado na última fileira da multidão, escutou meu comentário e respondeu<br />

amavelmente:<br />

— Eram instrumentos de tortura utilizados durante a Inquisição<br />

Encarei o rapaz que me falara com expressão inquiridora no olhar. Vislumbrei parte<br />

do seu rosto sob o capuz, e o sorriso claro era tão comum que parecia não combinar com<br />

aquele ambiente. Não tive resposta para dar, nem Thalya, pois o homem que nos<br />

acompanhava fez sinal chamando-nos de volta para perto da porta.<br />

Caminhamos com passos rápidos mas meus olhos ainda estavam grudados nos tais<br />

instrumentos. Apesar da pouca luminosidade eram perfeitamente visíveis, grandes<br />

estruturas, alguns tinham uma aplicação bem óbvia; outros, porém, realmente eu não<br />

consegui adivinhar como funcionavam.<br />

Perto da porta o homem nos deixou a encargo de duas pessoas que apareceram ali e<br />

estavam, obviamente, à nossa espera. Um homem e uma mulher. O homem nós não<br />

conhecíamos. Mas a mulher, apesar do rosto bem coberto pelo capuz, eu reconheci.<br />

Era Rúbia! Ambos estenderam as mãos sobre nós, sorriram, abraçaram-nos. Foram<br />

abraços de verdade, aconchegantes, encorajadores. Que dispensaram quaisquer palavras.<br />

— Vamos lá? — Disse simplesmente o homem para nós.<br />

Havia uma longa passarela central forrada com tapete vermelho e nós nos pusemos<br />

a caminhar sobre ela, um ao lado do outro. Eu e Thalya caminhamos no centro, Rúbia<br />

postou-se à minha esquerda e o homem à direita de Thalya.<br />

A primeira sensação foi de um leve temor que sacudia um pouco o corpo. Toda<br />

aquela numerosa multidão vestida de preto, com os capuzes cobrindo o rosto... era muito<br />

“diferente”! Mas em segundos a estranheza se desfez. Assim que eu e Thalya demos os<br />

primeiros passos pelo corredor uma música totalmente diferente se fez ouvir. Parecia que<br />

nossa entrada era um momento muito esperado! Não eram mais somente as vozes da<br />

multidão, havia agora também sons de instrumentos musicais.<br />

E a melodia era linda.. inebriante... envolvente... algo que meus ouvidos jamais<br />

haviam escutado....! A cada passo sentia meu corpo arrepiar-se inteiro, parecia que ondas<br />

de calor e alegria me invadiam mais e mais. O impacto daqueles sons foi forte... a música<br />

produzida transformou completamente o ambiente!<br />

O corredor por onde passávamos era largo e dividia a multidão de pessoas em dois<br />

blocos. Arrastei os pés descalços de leve ao caminhar, vez por outra, porque o tapete era

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