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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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coisas novas.<br />

Assim que terminei o Sumo-Sacerdote colocou a mão pesadamente sobre a minha<br />

cabeça e, com voz de trovão novamente falava e falava, como uma ladainha. Senti sua mão<br />

pressionando-me e baixei os olhos sem querer. Eu ouvia o som da voz dele misturada à<br />

música e às vozes da multidão. Senti meu coração acelerar aos poucos.<br />

Finalmente ele retirou a mão. Vi claramente o gesto que ele fez, desenhou um<br />

Pentagrama no ar e como que o “empurrou” na minha direção. A seguir molhou<br />

novamente os dedos no líquido da taça e estendeu-os sobre o meu rosto. Fechei os olhos<br />

instintivamente e senti quando ele tocou-me nas pálpebras cerradas, passando a mistura.<br />

Abri novamente os olhos e lá estava ele, encarando-me:<br />

— Lembra-se do que você aprendeu sobre o “estar na sombra”? Que quem está na<br />

sombra enxerga tanto a luz... quanto a sombra? — Sorriu levemente, e o sorriso parecia<br />

repuxar o seu rosto. — Agora você pode ver o que nós podemos!<br />

Não compreendi bem o que ele disse. Eu me encontrava um tanto ou quanto<br />

atordoado, mas ao desviar dele os meus olhos...que coisa impressionante...! Estava tudo tão<br />

diferente! Era com se eu nem estivesse mais no mesmo lugar... por uns instantes perdi a<br />

noção de tudo, do Sumo-Sacerdote, de Marlon, de mim mesmo. E procurei me situar.<br />

Compreender o que estava acontecendo.<br />

Aquele barulho ensurdecedor, infernal, de onde vinha, assim tão alto?!... Era como<br />

muitas vozes e muitos grunhidos ao mesmo tempo. O som me atordoou mais ainda.<br />

Só que aí... eu os vi! E só conseguia contemplá-los...<br />

Estavam junto aos brasões, sobre eles, sobre as paredes, como um enxames de<br />

moscas negras...! Não, pareciam mais como morcegos-gigantes grudados ali. E no salão<br />

também, espalhados, junto com as pessoas, enormes vultos negros bem maiores do que os<br />

seres humanos, por trás e ao lado deles. Uma quantidade enorme! Alguns estavam não<br />

apenas próximos das pessoas, mas sobre elas, arraigados, aderidos ao ponto de que o que<br />

pareciam ser braços e mãos penetravam o crânio e o tórax das pessoas...! Como imensas<br />

sanguessugas.<br />

Eu procurava ver direito, forçava e forçava a vista, queria ver se eles estavam<br />

mesmo ali, seria possível?!!!<br />

Mas, sim! Por mais que eu piscasse e sacudisse a cabeça... eles continuavam lá. Sem<br />

compreender exatamente o que significava tudo aquilo eu me virei procurando pelo Sumo-<br />

Sacerdote. Mas ali, à minha esquerda, algo me chamou tanto a atenção que esqueci<br />

completamente dos seres que eu podia contemplar à distância.<br />

A primeira impressão foi de espanto:

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