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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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O primeiro Rito individual deveria acontecer na primeira sexta-feira subseqüente à<br />

Iniciação. Já estava acostumado aos pequenos feitiços que tínhamos aprendido na Escola<br />

mas este era, certamente, muito diferente. Apesar de relativamente simples, é verdade.<br />

Coisinhas de Iniciados. De “bebês”.<br />

Naquela noite, lá pelas onze, fui para o quarto com a intenção de “dormir”. Não<br />

havia porque me preocupar com a família: meu pai geralmente deitava-se cedo mesmo;<br />

minha mãe ficava mais ou menos no ritmo dos filhos. O Otavinho já estava acomodado<br />

naquelas alturas e o Roberto era apenas um adolescente comportado que não tinha nada<br />

de muito especial para fazer às sextas.<br />

De forma que pouco depois que eu subi e deitei, todo mundo fez o mesmo.<br />

Desci para o porão de casa quase duas horas depois, procurando não fazer barulho<br />

apesar das escadas de madeira insistirem em ranger sob os meus pés. Carreguei para baixo<br />

todos os apetrechos necessários que Marlon me tinha dado dentro de uma caixa de<br />

sapatos.<br />

Eu estava um pouco receoso quanto ao que ocorreria. Eu tinha muita segurança<br />

quando Marlon estava por perto ou, pelo menos, Thalya. Mas agora pela primeira vez<br />

estava sozinho para realizar algo realmente importante. Era preciso que tudo saísse nos<br />

conformes. Não poderia errar!<br />

Será que Abraxas viria até mim, realmente?!? E se viesse? E se me falasse?!! Será que<br />

eu saberia o que responder? Recordei a impressionante figura que tinha visto há apenas<br />

uma semana... e procurei não pensar naquilo. Cada coisa a seu tempo.<br />

Tratei de decidir o melhor lugar para me acomodar. O porão tinha dois “ambientes”<br />

por assim dizer. Perto da porta que saía para o quintal ficava a lavanderia. Ela estava<br />

sempre aberta, inclusive à noite. O segundo ambiente ficava perto da janelinha que dava<br />

para a rua. Havia ali um sofá de tecido meio gasto, duas poltronas de couro, uma vitrola<br />

antiga que ainda funcionava e mais umas outras coisas velhas, colocadas em caixas.<br />

Foi aí que me dispus a começar os preparativos.<br />

Tirei o tapete e comecei a entoar os mantras específicos e as palavras de<br />

encantamento que tinha aprendido. Fui lendo no papel aonde estavam escritos. Mais tarde<br />

eu acabaria por decorá-los à medida que repetisse o Rito semanalmente.<br />

Desenhei um Pentagrama no chão usando para isso um giz vermelho especial. O pó<br />

saía com muita facilidade; acumulava-se no chão mas depois era só bater a mão que já saía<br />

tudo. A ponta do Pentagrama (barba do bode) devia estar voltada para o sul e aquele era o<br />

lugar aonde deveria sentar-me.<br />

De um potinho de madeira extraí as ervas com as quais desenhei o círculo ao redor<br />

do Pentagrama. Tomei um punhado na mão esquerda e raspei-as com força no chão, um

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