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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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— O Bolinha já tá nessa também?<br />

— Falamos com o cara ontem e ele topou.<br />

Eu concordei sem hesitar. Nada de novo.<br />

— Falou, meu irmão. Tá branco! Podem contar comigo.<br />

Eles se alegraram.<br />

— Vamos deixar uma PT na tua mão. Já estamos com ela! Qualquer coisa você<br />

mete bronca.<br />

A PT era uma pistola automática. Estava aceitado! Éramos seis ao todo. Quando<br />

eles foram embora e eu voltei para o meio da turma da “29” foi debaixo da maior “moral”!<br />

Afinal, os caras tinham vindo falar comigo, tinham vindo “procurar o Catatau”! Era uma<br />

honra no reino da bandidagem...<br />

A armação era para o dia seguinte mesmo. Nos reunimos mais cedo, às nove horas<br />

da manhã, antes do Banco abrir. Tomamos um café preto juntos, com pão e manteiga, na<br />

padaria. O Rumba ainda comentou:<br />

— Esse é o nosso último café como pobres!<br />

Depois entramos no carro do Babú e cheiramos uma “carreirinha” de coca prá<br />

aumentar a coragem.<br />

O Miçuka me estendeu a PT prometida, carregada até a boca. Cabia dezesseis tiros.<br />

Dei uma olhada nela, mexi um pouco. Ele me mostrou como é que travava e destravava.<br />

E me deu a arma na mão.<br />

— Já tá destravada, pronta prá mosca. Cuidado que o gatilho dela é sensível!<br />

O Babú encostou o carro num posição estratégica. E deixou o motor ligado.<br />

— É isso aí, galera. Vamos arrepiar!<br />

Batemos na mão espalmada um do outro. Era hora!<br />

O Miçuka, o Jamanta e o Bolinha entraram no Banco, um de cada vez. E eu fiquei<br />

fora, calmo, num jardinzinho que tinha em frente. Sentei na mureta que separava o jardim<br />

da calçada, abri o jornal, fiquei quieto. A manhã estava gostosa e os centros comerciais na<br />

avenida estavam abertos, o povo circulava em todas as direções.<br />

Eu nunca vou saber explicar o que aconteceu...<br />

De repente me veio uma sensação... uma sensação muito clara, tão clara quanto<br />

aquela luz do sol que eu estava vendo<br />

“Não vai dar certo.”<br />

Não sabia porquê. Estava tudo em ordem, tranqüilo, nem sinal de nada, de polícia...

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