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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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dá muito valor para algo que definiu como pecado. Deus mesmo diz que o pecado separa<br />

de Si o homem. — O semblante dele assumiu um arzinho ligeiramente caçoísta. — Em<br />

outras palavras... o pecado anula o Amor? Quero dizer, a própria Bíblia afirma que “o<br />

salário do pecado é a morte”. Afinal, pergunto eu: que Amor é este? É incondicional<br />

realmente, ou condicional? Me parece que o Amor de Deus não está ligado ao tempo de<br />

existência da sua vida, nem da Dele, mas às atitudes dos homens! Apenas aquele que<br />

“perseverar até o fim será salvo”. Deus simboliza Amor... Paternidade. Mas isso é real ?!<br />

Será que é isso mesmo, ou, talvez, estes símbolos tenham sido criados pelos homens, na<br />

sua ânsia de alcançarem Deus? Você aprendeu algo a respeito dos símbolos e saberá<br />

chegar à conclusões lógicas por você mesmo.<br />

Marlon continuou :<br />

— Além do que, olhemos para as bases do Cristianismo moderno. Temos duas<br />

linhas aí, Luterana e Calvinista. A primeira afirma que a Salvação se perde. A segunda diz<br />

que Salvação é eterna. Você há de convir que nem eles entram em acordo. Que pensar<br />

disso tudo? Se a própria religião se divide, como pode ser forte??<br />

Acho que a expressão do meu rosto revelava que eu estava um pouco confuso. Ele<br />

encerrou o assunto sem esperar respostas, parecendo preferir que eu digerisse um pouco<br />

aquela conversa. Eram idéias novas para mim, coisas em que eu não tinha ainda pensado.<br />

Pelo menos, não daquela forma. Simplesmente finalizou com um comentário sucinto.<br />

— Pense a respeito... nem sempre os símbolos são o que parecem ser. São realidade<br />

apenas na imaginação daqueles que crêem neles. Não podem ser encarados como<br />

absolutos. — O tom de sua voz mudou, tornando-se um pouco mais altiva. — Mas o<br />

grupo e as pessoas que você vai conhecer, nessa sua viagem rumo ao Oculto, são<br />

diferentes. Nós não acreditamos que você precisa estar em condições especiais para ter o<br />

seu valor. O externo não tem maior importância do que a essência. Imagine só se você<br />

estivesse perdido numa ilha à procura de alimento e, de repente, encontrasse um coco. Só<br />

que você nunca viu um na vida! Você pega, sente, cheira; é um negócio duro e áspero,<br />

com fiapos marrons grosseiros. Não tem cheiro nem textura bons ao paladar. Só que<br />

dentro dele existe aquela água boa e a polpa comestível. No entanto, diante da aparência<br />

do coco... você o jogaria fora e continuaria a busca.<br />

Acabei rindo diante do exemplo, compreendendo o que ele queria dizer. Marlon<br />

complementou::<br />

— Você não teria dado valor ao que encontrou porque não estava nas condições em<br />

que você esperava! — Ele olhou para mim e falou em tom levemente brincalhão. — Você<br />

é um coco, Eduardo!<br />

Foi a única vez que os dois passageiros da frente se manifestaram dando risadas<br />

com a comparação. O ambiente tornou-se mais descontraído e Marlon concluiu:

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