19.04.2013 Views

FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

dura, compenetrada, sem desviar-se de mim.<br />

— Você é bem vindo aqui. — Disse-me ele, com uma voz indescritível. Parecia que<br />

falava dentro do meu ouvido, um sussurrar gravíssimo, como... como um coro de vozes, é<br />

isso! Um coro de vozes dentro do meu ouvido naquele timbre extremamente grave,<br />

lúgubre, completamente não-humano. Mas estranhamente suave.<br />

E desapareceu!!! Diante dos meus olhos, desapareceu! Em segundos virou uma<br />

sombra de novo e sumiu.<br />

A voz dele me marcou mais do que a visão propriamente dita. Fiquei parado, com<br />

os braços ao longo do corpo, meio paralisado, ainda questionando. Questionando a minha<br />

sanidade. Não reparei se as velas continuavam acesas ou se ainda havia música. Não<br />

reparei em mais nada.<br />

“Será mesmo que eu o vi? Ou não vi?!? Será que eu sonhei?<br />

Fiquei com aquilo na cabeça.<br />

“Será?... Será?...”<br />

E voltei a me olhar no espelho. Poucos minutos depois eu já não tinha certeza de têlo<br />

visto. Talvez tivesse jogado aquilo num lugar escuro da minha mente e deixasse prá lá.<br />

Mas como mais tarde Thalya referiu exatamente a mesma visão, os mesmos detalhes e as<br />

mesmas palavras... tive que aceitar o fato como real. Tinha sido uma Entidade de fato, um<br />

serviçal, talvez, alguém a quem fora dito: “Vá até lá e dê-lhes as boas vindas!”<br />

Mas naquela altura nem me passava pela mente nada disso. Até que minha atenção<br />

foi desviada por leves sons de passos que aproximaram-se claramente da minha porta. As<br />

batidas vieram em seguida. Eram eles. Para minha surpresa Thalya já estava lá, junto com<br />

duas moças, e todos usavam a mesma túnica negra. Havia também dois homens que<br />

deveriam, na certa, ser os meus acompanhantes. Não eram os mesmos que me haviam<br />

deixado no quarto.<br />

— Boa noite! — Saudaram-me os desconhecidos. — Vamos?<br />

Thalya não disse palavra, somente sorriu de leve. Estava séria e compenetrada.<br />

***<br />

Nossa pequena comitiva desceu, desceu, desceu, não parava mais de descer por<br />

aquele labirinto que era o Castelo, atravessando portas e corredores. Em dado momento<br />

estava claro tanto para mim quanto para Thalya que já estávamos descendo bem mais do<br />

que havíamos subido para chegar aos quartos. Devíamos estar indo a alguma parte<br />

subterrânea. E de fato era.<br />

Por fim demos de cara com uma espécie de cortina grossa, como aquelas de cinema,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!