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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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ser mulher, não venha me impedir de ser homem.<br />

Camila emudeceu na mesma hora. Assustada, só veio atrás de nós junto com o<br />

restante das pessoas que estavam na classe. Durante o breve caminho até o<br />

estacionamento eu grudei no César e “abri o dicionário”: xinguei, provoquei, “elogiei” a<br />

mãe dele. Diante da afronta vi que ele começava a se irar, contava os segundos para por as<br />

mãos em mim.<br />

Nem bem chegamos no estacionamento, eu sabia que tinha que definir logo o<br />

impasse. Não queria perder um segundo, temendo que alguém surgisse e acabasse com a<br />

confusão antes de eu acabar com ele. As pessoas formaram uma rodinha. Eu só estava<br />

com o Nunchaku. Evitava vir armado (com o revólver) no colégio por puro receio de<br />

perder a cabeça e acabar fazendo uma loucura.<br />

Saquei o Nunchaku e o manejei violentamente próximo da cara do César. A arma<br />

produzia um zunido constante ao cortar o ar à minha volta e a precisão dos golpes era<br />

impressionante. Apesar de irritado ele perdeu um pouco da rompança diante da minha<br />

atitude tão confiante. Mas tentou manter a linha:<br />

— Você é que é covarde, vem com esse troço para cima de mim !<br />

Joguei o Nunchaku no chão com fúria.<br />

— Você se engana. Não preciso disso para brigar com você! — Olhei fundo nos<br />

olhos dele, muito próximo. Parecia que podia sentir o gosto de veneno na boca.<br />

— Três segundos. — Afirmei. — Três segundos e você está no chão.<br />

O silêncio era total. Esperei que ele atacasse primeiro. Foi a única chance que lhe dei<br />

de me acertar.<br />

Não muito decidido, César avançou e me deu um empurrão.<br />

Molenga! Foi a conta. Entrei com tudo na base das costelas. Eu adorava acertar<br />

aquele ponto! Senti a mão afundando e escutei o som seco já conhecido, um “Crock!”.<br />

Mas parece que minha mão entrou bem além do que esperava. Uma vez dado o primeiro<br />

golpe eu já não podia mais parar. Perdia o controle. Virava uma máquina de bater.<br />

E a ferocidade tomou conta de mim novamente. Quando ele se inclinou, gritando<br />

de dor, foi uma sucessão instintiva de golpes. Continuei socando, chutando, o sangue<br />

voava espirrando da boca dele, do nariz, das sobrancelhas. Até eu estava sujo, com as<br />

mãos e as roupas respingadas. Foi questão de segundos. Rápido demais até para mim. Tão<br />

rápido que nem deu para afogar aquela ira toda.<br />

De repente um dos rapazes da turma saiu do estado letárgico e me puxou para trás<br />

com força :<br />

— Pára, pára, pára! — Berrava ele. — Você matou o cara, Eduardo!!!

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