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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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sozinha com uma irmã bem mais velha. Haviam se muda- í do há pouco para o bairro,<br />

moravam mesmo ali perto do SESC, > em um apartamento. Ela gostava de animais,<br />

esportes, dança, tocava o piano.<br />

Eu falei sobre meus interesses particulares e meus amigos. Também um pouco<br />

sobre o Kung Fu. Mas pouco, só quando ela perguntava. Por mais interessante que fosse a<br />

Garotinha eu não tinha intenção de me expor logo de cara.<br />

Ela parecia muito diferente de mim à primeira vista. Mas tanto eu quanto ela<br />

terminamos aquele primeiro encontro achando, lá no fundo, que não ia ficar só no<br />

primeiro. Despedimo-nos bem mais tarde, sem troca de telefones. Aquele foi outro ponto<br />

para ela. Eu detestava as garotas que não paravam de ligar em casa!<br />

Só mais tarde percebi que nem nossos nomes haviam sido ditos. Mas não me<br />

preocupei. A gente ia se cruzando sem muito compromisso.<br />

***<br />

E foi o que aconteceu. Minha amizade com a Garotinha acabou se solidificando<br />

naturalmente, sem forçar a barra, o que foi bem melhor!<br />

Depois do passeio no parque eu não a vi durante uns 15 dias, ocupado que estava<br />

com muita coisa. Não deu tempo nem de por o nariz no SESC. Acabei por encontrá-la<br />

novamente por acaso.<br />

Um final de tarde, noutro sábado, eu caminhava por uma das travessas próximas do<br />

SESC depois do meu treino. Ia até em casa comer alguma coisa porque estava sem grana<br />

para um rango na rua. O tempo estava meio fechado, com garoa e vento frio mas eu vinha<br />

andando com calma.<br />

Quando passei defronte a um prédio minha atenção de súbito desviou-se para uma<br />

estranha cena. No alto das escadas que levavam ao saguão eu vi uma menina com a cara<br />

cheia de uma meleca branca, papel laminado enrolado na cabeça e um coelhinho cinzento<br />

no colo!<br />

Meio de relance bati os olhos e nem a reconheci; mas observando melhor vi uma<br />

fileira de dentes que apareceram no meio de toda aquela gororoba. Aproximei-me do<br />

portão e perguntei, contendo o riso:<br />

— É você??!<br />

— Oi! Quanto tempo, heim? O que é que você esteve fazendo? — Por aí. Agora<br />

estou voltando do treino. Esse coelho é seu? — É, é meu! É o Herbert! — Ela tinha várias<br />

verdurinhas ao lado que ia dando ao bichinho. — Entra aí. Quer dar comida prá ele<br />

também?

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