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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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— Você é especial. Nós não estamos interessados na casca, mas no que você tem<br />

dentro. Você é como uma pequena semente que pode tornar-se uma grande árvore. Só<br />

precisa ser regado da maneira certa, no tempo certo. E com a água certa!<br />

Era tudo tão novo que não parecia realidade. Teria eu realmente o valor que<br />

estavam me atribuindo? Era estranho... pela primeira vez eu não estava sendo questionado,<br />

julgado ou tratado com preconceito por causa do meu cabelo, roupas ou jeito de falar!<br />

Eles pareciam me aceitar integralmente. Pareciam realmente “poder ver além da casca”.<br />

— Você não conhece ainda o seu potencial, Eduardo. — Ele até parecia ter lido<br />

meus pensamentos.<br />

Não houve tempo de dizer palavra.<br />

— Ah! — Marlon apontou com a mão. — Chegamos!<br />

E eu que sequer sabia onde estava! Tão absorto estivera na conversa que não reparei<br />

no caminho.<br />

Olhei para os muros altíssimos, de pedras grandes, acinzentado. Havia um portão<br />

pesado, de ferro preto, ladeado por duas estátuas. Dois leões sentados. Na frente estavam<br />

inscritas duas iniciais. E uma câmera filmava todos os que se aproximavam.<br />

***<br />

O portão abriu e o carro percorreu a alameda. Apesar da pouca luz pude vislumbrar<br />

os jardins ao redor, cheios de árvores, quase um bosque! Descemos todos juntos diante do<br />

que eu poderia chamar de palacete. A casa era absolutamente imensa! Fachada ampla em<br />

estilo clássico, colunas laterais, janelões, pelo menos uns três andares.<br />

Eu não sabia o quê dizer diante daquilo. Uma escadaria de mármore nos levou à<br />

porta da frente. Reparei nela, de madeira escura disposta em tábuas verticais. Mas a<br />

maçaneta, ou o que eu poderia chamar de maçaneta, eram duas enormes estruturas de<br />

bronze em formato de olho de gato.<br />

Marlon foi abrindo a porta sem maiores preâmbulos e entramos numa espécie de<br />

hall ao mesmo tempo em que um homem bem vestido aparecia para nos receber<br />

amistosamente.<br />

Parecia pouca coisa mais jovem do que meu amigo se bem que as têmporas já<br />

fossem um pouco grisalhas. O cabelo era bem curto e o cavanhaque muito bem aparado.<br />

Era magro, de estatura mediana. Veio sorrindo, muito cortês e amável. Abraçou o Marlon<br />

rapidamente mas com força, e logo se dirigiu a mim. .<br />

Eu continuava com a infalível mochila às costas e quando ele me abraçou também<br />

acho que todos ouviram o tilintar das bolas de gude:

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