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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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Algumas vezes havia necessidade de mais alguém. Eu tinha uma amiga quase tão<br />

aficionada quanto eu nesse assuntos. E juntos nós fazíamos a “caça aos fantasmas”, com<br />

toda seriedade. As únicas coisas que vez por outra funcionavam era a “Brincadeira do<br />

Copo”, popular entre as crianças, e a Tábua Ouija.<br />

Mas tudo parecia... tão pouco! Tão pouco consistente! Não era possível, deveria<br />

haver algo mais.<br />

E eu ia carregando comigo aquela frustração meio inconsciente, aquele desejo,<br />

aquela necessidade de conhecer... o que estava além do meu alcance!<br />

Onde encontrar o que eu estava buscando???<br />

***<br />

Eu observava Marlon e minha cabeça ainda dava voltas. Não cessava de me<br />

questionar enquanto bebia a coca e comia a torta de palmito.<br />

Aquele homem mais velho do que eu — bem mais velho! -bem vestido, de boa<br />

aparência, transpirando riqueza, poder, inteligência... por que tanta atenção comigo? Ainda<br />

meio desconfiado, questionava:<br />

“Será que este cara... não é homem?! Será que tem algum outro interesse por trás<br />

disso?”<br />

Apesar da desconfiança... — afinal aquilo fugia totalmente à normalidade — por um<br />

outro lado ele sabia das cartas!! E parecia conhecer-me profundamente. Mas a dualidade<br />

continuava. Que fazia aquele homem à minha frente gastando o seu tempo aparentemente<br />

tão precioso?<br />

Nós falávamos de amenidades enquanto comíamos. E as recordações chegavam em<br />

“flashes” que duravam frações de segundo.....<br />

A última carta que viera de S. Francisco trouxera consigo um questionário para ser<br />

respondido e enviado de volta. Aquilo estava fazendo pouco mais de três meses. A ficha<br />

que eu enviara era riquíssima em detalhes. Detalhes sobre tudo. Um perfil completo da<br />

minha personalidade e vida. O que eu pensava, como pensava, minha visão a respeito de<br />

diversos assuntos, sensações, sentimentos. E ia por aí afora. Perguntavam tudo à respeito<br />

de minha família, desde quantos nós éramos até que religiões eram praticadas, ou não;<br />

queriam saber sobre meus hábitos pessoais em todos os sentidos, até sobre minha maneira<br />

de me vestir, se eu preferia roupas claras ou escuras, número de sapato e calça, peso,<br />

altura. E fotografia!<br />

Várias coisas que Marlon estava abordando haviam sido comentadas na ficha. Por<br />

exemplo, como eu entendia conceitos de Bem e de Mal; como encarava a figura de Deus e<br />

como via a sua paternidade; o que a figura do diabo representava para mim. Também

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