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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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cintura, como todos tinham; comprei também mais de um canivete automático. Depois<br />

disso não saía sem a corrente e sem o canivete. E sem o 32.<br />

***<br />

Depois eu me vinguei dos meus vizinhos. Era um sábado.<br />

Sentados na calçada em roda, com o sol batendo nas costas, eu, Edú e Júlio<br />

comíamos um pacote de bolachas sem pressa. Foi o Júlio quem comentou:<br />

— Gozado, aquela turma de marmanjos que jogava bola aqui sumiu, heim?<br />

— Olipinho começou a trabalhar, foi isso. Era ele quem sempre organizava os<br />

jogos. Por isso que miou tudo, o cara sumiu mesmo! — Disse Edú.<br />

Meu semblante carregou um pouco.<br />

— Pois é, é pena. Eles me torraram de verdade logo que cheguei aqui e acabaram<br />

escapando sem troco. — Lembrei-me do quanto me haviam feito de gato-e-sapato.<br />

— Mas agora a rua está livre, o que para nós é melhor. Mas eu continuei<br />

resmungando.<br />

— É... só que de quebra também ficou melhor para o pessoal da vila. Agora eles não<br />

têm mais rivais!<br />

Ficamos os três calados, mas parece que todo mundo pensava a mesma coisa. A<br />

princípio eu não estava a fim de armar confusão na porta de casa. Mas deixar passar<br />

também não era mais o meu forte. “Vingança se come fria...”<br />

— Pois eu acho que esses caras da vila merecem a lição deles! — Exclamei de<br />

repente.<br />

Comentei por cima o que já tinha passado. Eduardo e Júlio ouviram com interesse e<br />

concordaram de pronto que tinha sido mesmo um tremendo desaforo.<br />

— Arruma a treta que te damos cobertura! — Falou Edú. Beleza! E fiquei<br />

esperando a deixa. Eu sabia quando eles jogavam bola, sempre a “vila de baixo” x “vila de<br />

cima”. Cheguei um pouco antes para dar uma olhada. Foi facílimo arrumar confusão. E<br />

mais fácil ainda foi minha turma espancar todos eles sem dó. Meu pessoal escutou o<br />

tumulto que eu tinha causado e já estava de prontidão assim que virei a esquina, correndo<br />

que nem corisco. E novamente, a vingança! Alguns poucos conseguiram voltar e escapulir<br />

para dentro de suas casas mas a grande maioria foi espancada.<br />

O espírito da Gangue já me dominava. Foi a primeira vez que bati realmente sem<br />

clemência e sem medo. Só parei quando vi meu oponente todo arrebentado. Já não era eu<br />

mesmo. A transformação tinha começado.

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