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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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lidando e não pensem que os agitadores da turba passam despercebidos aos nossos olhos.<br />

Vocês pensam que podem fazer o que quiserem. Mas vou deixar claro o seguinte: falam o<br />

que quiserem na aula de outro Professor, porque eu também sei jogar pesado. Aliás, para<br />

quem já levou bomba tantas vezes... uma a mais, uma a menos não faz diferença nenhuma!<br />

O aluno que estivera a me encarar estava sentado a poucos metros de mim e riscava<br />

as costas da cadeira da frente com a ponta do canivete. Outro, ao meu lado, com uma<br />

barba rala, puxava e repuxava para fora da boca o chiclete, fazendo um barulho<br />

desagradável. Podia-se ouvir buchichos aqui e ali, entremeados com risadinhas abafadas.<br />

Ninguém estava nem aí!<br />

— Vocês estão bem avisados. É bom tomarem cuidado comigo. — Aquilo tinha o<br />

tom da ameaça. — Não sou flor-de-cheiro!!<br />

Era até difícil de acreditar. Aquela era realmente minha nova escola... meus novos<br />

colegas... e que Professor! Que bronca!!!<br />

Ele voltou as costas para a turma e principiou colocar na lousa os títulos de algumas<br />

literaturas. Acho que a aula ia começar e então eu arrumei minha carteira como de<br />

costume: O estojo do lado esquerdo, o caderno ao centro, a borrachinha no canto superior<br />

direito e as canetas enfileiradinhas à direita, preta, azul e vermelha.<br />

Percebi que os alunos ao meu lado começaram a encarar muito, trocando<br />

cotoveladas, piscadelas, apontando na minha direção com o queixo. Risadotas. Mas eu<br />

procurei não dar muita bola e copiar o que estava sendo colocado na lousa.<br />

De repente o garoto ao meu lado passou a mão na minha borracha. Olhei e achei<br />

que ele só queria usar um pouco. Fiquei na minha.<br />

Quando a aula terminou, como ele não a tivesse ainda devolvido, virei-me para<br />

cobrar: — E a minha borracha?<br />

Ele inclinou-se para mim rindo entre dentes e encarando-me: — Quer dizer que a<br />

belezinha quer a borrachinha de volta? Não respondi mas fiquei encarando tão firme<br />

quanto me foi possível. Logo juntou gente em volta para assistir à cena do “novato”. Mas<br />

eu estava calmo. Que gente mais folgada!<br />

—Quer dizer que você não vai devolver a minha borracha? — Vem pegar! -<br />

Respondeu com a cara já meio fechada o tal garoto. — Você não quer de volta? Então<br />

vem pegar, pivete! — E jogou a minha borracha dentro da cueca!! — Vem pegar!<br />

— Essa não! — Respondi instantaneamente. — Eu não quero mais isso aí!<br />

— Vem pegar, pivete!! — Ele rebolava debochado à minha frente.<br />

A maioria ria, aderindo ao jogo:<br />

— Pega aí, vai!

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