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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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amigos fez com que eu passasse a provocá-los. Lembro-me que os mais perseguidos eram<br />

os daquela turma idiota do F.B.I.! Volta e meia minha turma aparecia na escola e alguém<br />

acabava apanhando. Eles tinham que andar muito na linha agora.<br />

Mas a melhor parte foi a do lanche! Quem ficava com os lanches agora era eu. Já<br />

nem levava mais de casa. Houve até aqueles que, em desespero de causa para associaremse<br />

comigo, me compravam sanduíches e refrigerantes na cantina!<br />

Também deixaram a melhor carteira da classe para mim. As carteiras da escola eram<br />

todas depredadas, mas logo depois da surra eu separei a melhor. E todo mundo<br />

concordou. Batiam palminhas em minhas costas:<br />

— Essa é do Catatau!<br />

Com todo o capricho escrevi um “CATATAU” bem grande nas costas da cadeira e<br />

na carteira que havia escolhido, tomando posse devidamente. E ninguém mais ousou<br />

sentar ali. “Se alguém sentasse na carteira do Catatau, tinha Pau!”.<br />

O orgulho me subiu rapidamente à cabeça e acabei aproveitando um pouco a<br />

situação, confesso. Mas eu estava achando aquilo tudo a maior delícia!<br />

Não muito tempo depois do “Dia da Vingança” tinha uma turminha do F.B.I.<br />

sentada numa esfiharia do outro lado da rua, quase em frente à escola. Era comum a<br />

molecada reunir-se ali após as aulas. Na mesinha diante deles, um prato cheio de esfihas!<br />

Eu saí da escola e alguns amigos da Gangue me esperavam ali porque íamos direto<br />

para outro lugar naquela tarde. Estavam o Edú, o Tistu, o Márcio, o Bolinha, o Júlio, o<br />

Éder.<br />

— E aí?! — Cumprimentamo-nos mutuamente com nosso típico aperto de mão.<br />

Foi quando vimos os garotos do F.B.I. de longe, prontos para devorarem as esfihas.<br />

Ninguém nem precisou falar nada, bastou um olhar significativo que percorreu o grupo e<br />

nós atravessamos a rua na direção deles. Eu entrei primeiro enquanto o resto da turma<br />

ficava na calçada, bem na porta da Esfiharia. Fui seco na direção deles.<br />

— E aí, F.B.I., tudo em cima? — Estiquei o nariz. — Bom esse treco, hein? — Sem<br />

a menor cerimônia passei a mão em uma esfiha e enfiei na boca. — Huumm, tá bom<br />

mesmo... deixa eu ver se esta outra aqui tá com o mesmo gosto! — E peguei outra.<br />

Eles ficaram me olhando mas o Dalton tentou esboçar uma reação:<br />

— Pôxa! Vai lá e compra prá você, cara!<br />

Falei com ar de quem não entendeu bem:<br />

— Comprar???!<br />

E gritei para a turma com ar folgadíssimo:

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