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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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— A que horas você sai, Catatau?<br />

— Meio dia e meia, por quê?<br />

— Porque nós vamos acabar com a raça desse bando de (...) — Falou alguns<br />

palavrões, indignadíssimo. — Esses caras merecem uma lição, um Pau bem dado! Eles vão<br />

ver que mexeram com a pessoa errada, nunca mais ninguém vai te tratar assim!!! — E<br />

falou a frase que eu não esqueceria mais: — Aprenda isso, a vingança é um prato que se<br />

come frio.<br />

Eu fiquei olhando para ele. Ninguém havia dado jeito em nada, nem meus pais, nem<br />

a diretora... será???...<br />

O restante da turma concordou imediatamente.<br />

— Eles vão se arrepender do dia em que nasceram!<br />

O Márcio me deu as instruções :<br />

— Você faz assim, Catatau, provoca bastante os caras, marca um Pau na saída. A<br />

gente vai estar lá!<br />

Eu sabia que cumpririam o prometido. Confiava neles totalmente.<br />

Mais tarde, em casa, eu não conseguia pensar em outra coisa antevendo a felicidade<br />

que me aguardava. Era impossível me concentrar no que quer que fosse. Já deitado, rolava<br />

de um lado para o outro, insone, com a cabeça a milhão. Mas eu tinha que dormir!<br />

Como tivesse comigo uma garrafa de vinho que trouxera da própria “29”, resolvi<br />

beber um gole para estimular o sono. Mas que sono, que nada! Minha ansiedade era<br />

tremenda. Então resolvi beber tudo. Deitado na cama, “mamei” a garrafa. E capotei.<br />

***<br />

Na manhã seguinte saí como de costume com minha mãe para ir à escola. Nesta<br />

época nós ainda tínhamos carro e eu ia com ela todos os dias. Estava uma manhã fria,<br />

meio encoberta e minha mãe teve um pouco de dificuldade em fazer o carro pegar. Saímos<br />

devagar com o motor pipocando ruidosamente. Andamos poucos metros e escutamos<br />

alguém gritando a plenos pulmões:<br />

— Catatau! Catatau!<br />

Ele vinha correndo pela rua lá embaixo.<br />

— Mãe, espera aí um pouco! Deixa eu ver o que ele quer!<br />

Ela parou o carro e Eduardo logo me alcançou. Ele vinha rodando uma corrente na<br />

mão e, ao chegar perto do carro, debruçou na janela.<br />

— E aí, hein, Catatau?! É hoje! É hoje!

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