19.04.2013 Views

FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

— Vocês devem estar lembrados da primeira aula, não?<br />

Algumas cabeças balançaram dizendo que sim, inclusive a minha. A de Thalya ficou<br />

parada e ela somente sorriu para Zórdico. Afinal, ela não estivera na primeira aula.<br />

— Eu havia dito nesta ocasião que para enchermos nossas xícaras com chá primeiro<br />

teríamos que esvaziá-las. Recordam-se? Recordam-se do convite para esvaziarmos nossas<br />

mentes do conhecimento previamente adquirido?<br />

Dessa vez todos concordaram com ênfase.<br />

— Pois bem. — Continuou ele. — Vamos voltar um pouco a este começo? Vamos<br />

tentar hoje um exercício prático que nos capacite a isto? A “esvaziar” nossas mentes?<br />

Alguém questionou, como sempre:<br />

— Vamos esvaziar a mente... e realmente preenchê-la com algo diferente?<br />

Zórdico ergueu a mão, demorando um pouco na resposta. Pensamos até que nem<br />

responderia. Mas por fim ele disse, com calma:<br />

— Quando você está esvaziando a sua xícara não deve ainda pensar no que virá<br />

depois. Espere que o primeiro processo se complete. Primeiro, esvaziamos... depois,<br />

tornamos a encher... depois, provamos... não é assim? Não é esta a seqüência lógica? Não<br />

vamos, portanto, atropelar cada uma destas fases. Por hora vamos esvaziar, apenas isso,<br />

esvaziar realmente! Mais tarde vocês serão preenchidos.<br />

Após esta pequena introdução ele levantou-se da nossa costumeira mesa:<br />

— Vamos falar menos e praticar mais. — Voltou-se para nós. — Estão prontos?<br />

O pessoal todo remexeu-se e senti um burburinho, um farfalhar de roupas,<br />

murmúrios de excitação incontidos. Embora tivéssemos sido “domados” no desejo de<br />

fazer muitas perguntas, a curiosidade e a expectativa pairavam no ar.<br />

Todos nos erguemos da mesa e seguimos Zórdico. Ele deslizou rapidamente até<br />

uma ala do salão que nós não conhecíamos, fora do ambiente da Biblioteca, do outro lado<br />

da escada que dava acesso ao porão.<br />

Para surpresa geral havia ali uma porta meio escondida, de entrada pouco iluminada<br />

e que estava trancada à chave. Zórdico abriu a porta de madeira pesada com calma. Eu<br />

estava logo atrás dele de forma que, tão logo a porta girou nas dobradiças, fui um dos<br />

primeiros a enxergar a cortina branca que vedava a visão. Zórdico afastou a cortina para<br />

que todos nós entrássemos na nova sala.<br />

A princípio, confesso, o que vi me surpreendeu um pouco. Fomos entrando em<br />

silêncio, um a um, no recinto amplo e totalmente pintado de azul claro. Não havia<br />

qualquer móvel e o chão era recoberto por um carpete azul no mesmo tom das paredes.<br />

Sobre ele, em intervalos espaçados, almofadões azuis e brancos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!