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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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Camila não sabia bem como responder e me diverti mais ainda observando o seu<br />

rosto ligeiramente rosado.<br />

— Ele está bem mais próximo do que você imagina. Não pude conter um sorriso<br />

diante da declaração dela. Olhei bem e fui sincero:<br />

— Não acho que eu te mereça.<br />

Ela ergueu o rosto prontamente, sua mão apertava a minha de leve:<br />

— Mas eu gosto de você do jeito que você é! Assim, desse jeito mesmo. Sempre<br />

gostei de você!<br />

Fui obrigado a dizer o mesmo. Era verdade, fazer o quê?<br />

Sinceramente não achei que Camila viesse a gostar de mim. Eu sentia, sim, que ela<br />

me respeitava e ate admirava, mas só.<br />

Achava que parte da atenção que ela me dedicava era mais uma questão de “débito”<br />

para comigo do que outro motivo qualquer. Afinal, eu a ajudava muito na escola: fazia os<br />

trabalhos, ela nem precisava fazer se não quisesse. Tirava as dúvidas. Guardava uma<br />

carteira para ela. Pagava lanche. Passava cola nas provas.<br />

Uma ocasião eu fiz uma cola em código bem em cima da lousa, para a classe toda.<br />

Era uma prova de física e coloquei todas as fórmulas bem nas barbas do Professor, e ele<br />

nem se deu conta. Lembro que Camila me achou um gênio por causa daquilo.<br />

E de vez em quando até a protegia de pessoas inconvenientes, não deixava ninguém<br />

falar palavrão demais perto dela:<br />

— Ô, meu, se liga aí! Vê se cala essa boca suja, vocês estão perto de uma mulher!<br />

E como ninguém me enfrentava... era mais ou menos a história do herói e da<br />

mocinha. Ainda que eu fosse o “herói bandido”, estava valendo.<br />

Terminamos a nossa volta no quarteirão e chegamos de novo na escola. Não<br />

entramos de mãos dadas, mas ela convidou-me para ir à sua casa naquele mesmo dia. Só<br />

que antes disso demos uma passadinha no SESC, ficamos por lá um pouco, conversamos,<br />

nos acertamos. E aquele nosso romancezinho começou assim. Dei-lhe uns beijinhos<br />

amistosos, com todo o respeito do mundo. Afinal ela não sabia coisa alguma.<br />

E depois de bem acertados, Camila ligou para casa dizendo que ia levar um “amigo”<br />

para almoçar. Era legal — e diferente -ter uma moça que não tivesse passado pela mão de<br />

mais ninguém.<br />

— Vamos, Edú? Senão fica muito tarde.<br />

— Vamos.<br />

— Você não quer passar primeiro na sua casa e trocar de roupa?

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