19.04.2013 Views

FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Todos que passavam por nós sorriam, nos abraçavam... nunca vira nada igual. Era<br />

impossível cruzar um olhar com alguém e deixar de receber, no mínimo, um amplo<br />

sorriso. Eu estava acostumado à frieza do “povinho” evangélico, do seu preconceito e<br />

total falta de consideração. Tudo o que eu ouvira em teoria nas Igrejas, aqui era real. Eu<br />

tinha encontrado a verdadeira “Igreja”. Tinha certeza.<br />

O salão onde estávamos entrando era bem próximo do outro. O acesso a ele se dava<br />

mais ou menos por baixo da escadaria, saindo por um corredor lateral. Eu não tinha<br />

reparado antes, nem Thalya, por causa da curiosidade em saber o que iria acontecer.<br />

Este novo ambiente era como um enorme salão de festas. Estava iluminado com<br />

lâmpadas de verdade, muito bem iluminado por sinal. Havia um enorme número de<br />

mesinhas com seis lugares espalhadas por todo o recinto, como num restaurante. Tudo *<br />

projetado para confraternização. Um tablado muito grande lá na frente, enfeitado,<br />

lembrava uma pista de dança. Num outro ponto encontrava-se um barzinho com<br />

banquinhos altos, aconchegantes. Era gostosinho!<br />

Eu, Thalya, Marlon e Rúbia procuramos nos sentar juntos. Eram quatro e meia da<br />

manhã. Conversávamos muito, o clima era agradável, e logo começaram a servir algo para<br />

comermos. Em nossa mesa estavam mais dois homens. Um deles era louro, com<br />

marcantes traços alemães, de cerca de 28 anos, simpático mas de poucas palavras. Seu<br />

nome era Górion. O outro, Ariel, era falante e espevitado, magricelo, com cabelos claros,<br />

arrepiados. Ele não ' era muito mais velho do que eu. Talvez tivesse seus 22 anos.<br />

O povo estava acomodado nas mesas: uma infinidade de pessoas em mantos negros.<br />

Virei-me para Thalya e cochichei:<br />

— Já imaginou tirar uma foto nesse lugar?!<br />

O banquete consistia em carne e vinho. Mas não foi como numa churrascaria, por<br />

exemplo, onde come-se muito. A carne era muito boa e o vinho também, mas em<br />

quantidade moderada. Tomei minha taça, fizemos um brinde. O vinho era de coloração<br />

rubra; o sabor forte, encorpado. A carne vermelha estava tenra, suculenta, deliciosa!<br />

Para minha surpresa vi que a música que animaria aquela festa seria ao vivo. A<br />

banda entrou prá arrasar, tocaram de tudo um pouco. Cantavam em inglês mas até para<br />

alguns sucessos brasileiros do momento houve espaço. Me animei. Rúbia me chamou para<br />

dançar. Eu não dançava, mas fui brincar, Thalya também. Foi divertido. Em dado<br />

momento alguém me pegou pelas costas, pelos ombros, e eu assustei de verdade. Virei já<br />

em atitude de defensiva.<br />

— Calma! Ninguém vai te fazer nada, não! É só brincadeira! — Esclareceu o grupo<br />

de jovens atrás de mim. — Quer ver a gente te jogar pro alto? É super-gostoso!<br />

Parecia uma brincadeira inocente. Nem sei porque me assustei tanto. Acabei rindo e<br />

eles me jogaram para o alto várias vezes, no meio da gritaria. Era uma maneira de darem as

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!