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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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— A praia estava o máximo! E voltava moreno. Com um monte de fotografias. Prá<br />

mim aquilo tinha cheiro de turismo e mais nada. Nunca falava do tal “trabalho<br />

missionário”, dos “cursos” ou das “palestras” que, teoricamente, eram o principal motivo<br />

da viagem. Comecei a cutucar:<br />

— Caramba!... Você não ia lá prá fazer um trabalho? — Ah, é! E fui! Fui pregar<br />

numa Igreja. - Mas logo já desviava o assunto e instintivamente voltava a falar daquilo que<br />

obviamente dava maior deleite à sua alma.<br />

Isso porque ele era o segundo na hierarquia da Igreja, logo abaixo do Pastor titular.<br />

Algo como um “Vice-Presidente”. Que coisa!<br />

***<br />

No dia seguinte, na escola, Camila comentou discretamente comigo:<br />

— Olha, Edú, numa próxima ocasião, quando você for em casa, não usa aquele<br />

bracelete, não! As pessoas ficam meio chocadas, sabe?... Eles ainda não te conhecem,<br />

depois você sabe como é essa história de rótulo, né? Minha família vai acabar fazendo um<br />

julgamento baseado na sua aparência. — Ela procurava escolher bem as palavras. —<br />

Deixa eles te conhecerem melhor, verem como você é uma pessoa legal, decente...! Além<br />

do que fui eu que te escolhi! E se eles confiam na educação que me deram, vão saber que<br />

eu escolhi a pessoa certa. — Pegou a minha mão. — Porque eu vi em você uma pessoa<br />

sensível, diferente... fiel! Eu sei que você é a pessoa certa!<br />

Fiquei quieto. Percebi naquele instante como ela tinha dado valor a certas nuances<br />

de nossa amizade. Ela continuou:<br />

— Você sempre procurou me ajudar de verdade em tudo, nunca buscou o seu<br />

próprio interesse. Eu sabia que você me considerava muito como amiga. E nunca pisou na<br />

bola, sempre foi fiel à nossa amizade. Acho que vai ser muito mais agora, como namorado,<br />

né? Eu sei que quando faz alguma coisa por alguém, faz mesmo, não mede esforços.<br />

Era verdade. Ainda que eu continuasse de boca fechada, tive que dar ponto para ela.<br />

Camila havia reparado naquilo: eu considerava demais os meus amigos, não media<br />

esforços por causa deles.<br />

Ela me deu um beijo e um leve empurrão no ombro: — E você é muito inteligente!<br />

Sabe... não sei como é que você consegue guardar tanta coisa na cabeça!<br />

Nos trabalhos escolares ela já costumava grudar em mim. Mas depois de iniciado o<br />

namoro, Camila parecia uma criança fazendo perguntas a respeito de tudo à nossa volta.<br />

Eu gostava de ler, é fato, ao passo que ela nunca pegava num livro para nada.<br />

Algumas perguntas tinham fundamento, era legal explicar. Outras... um desastre<br />

total!

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