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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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Ele apertou com força minha mão puxando-me perto para dar uns tapas amigáveis<br />

nas costas.<br />

— Não vai acostumando, não! Mas vamos decretar empate desta vez, OK? —<br />

Falou ele estendendo o dedo próximo ao meu rosto.<br />

— Qualé que é, meu irmão? Você tem que comer muito feijão prá me vencer, cara!<br />

— Retruquei eu, já fazendo a reverência e saindo do tatame.<br />

— Você é que tem que comer feijão!<br />

Continuamos conversando a caminho do vestiário. A ADINK já estava<br />

praticamente vazia. Somente o rapaz da secretaria parecia ainda atrapalhado com algumas<br />

pastas, mas também preparava-se para dar o dia por encerrado.<br />

— Tchau, tchau! — As duas mocinhas da recepção acenaram para nós, já de<br />

mochilas às costas.<br />

Respondi com um abano da mão esquerda, nem respondi. Estava cansado demais.<br />

Fazia já um tempo que eu e o Paulo estávamos combinando um combate “até a morte”.<br />

Ou seja, até alguém pedir arrego! Resolvemos por em pratos limpos a “rixazinha” amistosa<br />

e acabamos encarando aquela logo depois do treino da noite.<br />

Lutamos ferozmente durante mais de quarenta minutos. E como nenhum de nós<br />

desistisse, optamos pelo empate quando a exaustão começou a ser demais. O clima de<br />

competição por vezes era salutar e estimulante. Eu costumava dizer aos meus alunos:<br />

— Minha vida é o Kung Fu. Vou lutar até o último dia da minha vida. Melhor seria<br />

se eu pudesse morrer lutando. Sem dúvida, taí uma grande honra.<br />

E eu acreditava no que dizia.<br />

Não passou muito mais tempo e logo minha dedicação e empenho foram coroados<br />

com mais uma conquista. Numa certa altura um Professor de fora da ADINK veio dar um<br />

curso de nunchaku. O nunchaku não era uma das armas clássicas do Wing Chun e por isso<br />

a maioria não tinha bom domínio dela, principalmente quem se dedicava somente àquele<br />

estilo.<br />

Mas eu tinha. Tinha um domínio tremendo! Não só por causa dos outros estilos que<br />

praticava mas também porque muita coisa eu aprendia sozinho. Assistia aos filmes de Arte<br />

Marcial reproduzindo vezes sem conta os movimentos, quadro-a-quadro, até aprender os<br />

mais diversos truques diretamente com Bruce Lee e Jackie Chan. Depois acabei<br />

comprando também um livro de nunchaku. E treinava diuturnamente.<br />

Mesmo assim fui fazer o curso na intenção de me aprimorar ainda mais. O<br />

Professor era bom mas, ironicamente, não tanto quanto eu. Ele foi sincero em observar:<br />

— Não sei o que você está fazendo aqui! Você é que devia estar dando o curso! —

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