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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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ainda acessar. Abramos, portanto, as portas do entendimento e descubramos o que somos<br />

ou não capazes de fazer. Daremos vazão à força que está dormente em cada um.<br />

Minha mente estremecia, clamava por dentro: “Vai falar ou não vai?”<br />

Finalmente Zórdico começou a dizer “como”:<br />

— Existem formas de descobrir e potencializar as capacidades que estão ocultas<br />

dentro de nós. Temos algumas ferramentas para tal. As Artes Mágicas! Nas próximas<br />

semanas vamos começar a estudá-las ainda a nível teórico para que possamos nos<br />

aprofundar em cada uma a fim de que, quando chegar o momento de praticar, cada um<br />

possa colher grandes benefícios.<br />

As semanas seguintes correram rápidas. E foram deliciosas para mim!<br />

Eu aguardava ansiosamente os dias das aulas. Praticamente minha vida se dividia<br />

agora entre o Kung Fu e o Grupo, meus dois focos de maior interesse. Não havia muito<br />

mais tempo para nada. O resto — casa, família, escola, Camila — era o resto. Até mesmo<br />

a “29” foi ficando para trás.<br />

***<br />

O episódio que fez com que eu me afastasse definitivamente da Gangue aconteceu<br />

“por acaso”. Mas naquela altura da minha vida era difícil dizer que as coisas eram simples<br />

coincidências... parecia já não haver coincidências! Eu não sabia, nem me passava pela<br />

cabeça, mas era como se houvesse uma série de forças até então incompreensíveis agindo<br />

sobre mim.<br />

Um dia eu estava com o pessoal na esquina costumeira, tomando vinho, tocando<br />

violão, fumando maconha. A bagunça de sempre. Eu estava no meio da turma que beirava<br />

bem uns vinte caras ali naquela noite. Até que chegaram duas pessoas bastante conhecidas:<br />

o Rumba e o Miçuka. O Rumba, bandido de verdade, velho e admirado conhecido de<br />

alguns mais barra pesada da “29”, chegou com a cara meio alegre. E o Miçuka,<br />

companheiro de brigas, já veio logo perguntando:<br />

— Cadê o mano Catatau? A gente tá a fim de trocar uma idéia com ele!<br />

Eu vim para perto deles com um sorriso de orelha a orelha, bem característico de<br />

quem já está com a cabeça cheia de vinho e de droga.<br />

— Aeh, qualé que é, pessoal?! Querem umazinha aí? Foi o próprio Rumba quem<br />

explicou, sem rodeios: — Estamos com uma fita prá fazer. Tá a fim de entrar na onda?<br />

— Fita? — Compreendi logo. — Eu?<br />

— E, você! Cadê o Eder?<br />

O Éder não estava.

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