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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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perdido, embaçado, e ela não oferecia resistência. Notava-se que estava sob efeito de<br />

alguma droga, como que hipnotizada, mas não sonada. Apenas sem vontade própria.<br />

Ela foi colocada sobre a mesa, cerimonialmente. Percebi para que se destinavam as<br />

argolas e senti um aperto dentro do peito. Eu estava grudado no chão e podia sentir o meu<br />

próprio coração pulsando violentamente na garganta. Olhei para Thalya que, à princípio<br />

apenas assumiu uma expressão inquiridora no rosto. Como quem diz: “O que ela está<br />

fazendo aqui??”.<br />

E aí aconteceu uma coisa estranha. De repente Thalya começou a se encolher ali ao<br />

meu lado, seu corpo parecia pesado, como se ela estivesse com muito sono. E realmente,<br />

como que “adormeceu”... parecia letárgica, meio desfalecida. Mas embalava o corpo no<br />

ritmo da música, jogando a cabeça de um lado para o outro, de olhos fechados. Eu nem<br />

acreditava no que estava vendo.<br />

“O que será que deu nela?”<br />

Mas Thalya continuava do mesmo jeito, às vezes erguia os braços bem para o alto,<br />

fazia movimentos amplos e continuava naquele estado meio de “transe”.<br />

As moças e os jovens que tinham auxiliado até então saíram por onde tinham<br />

entrado e não os vi mais.<br />

O Sumo-Sacerdote, que estivera meio agachado próximo à mesa finalmente<br />

aproximou-se de nós. Pela primeira vez chegou perto de nós. Esqueci de tudo e olhei na<br />

sua direção. A partir daí pude perceber uma mudança clara no seu rosto. Eu sabia que todos<br />

eles estavam canalizados pelas Entidades desde o início, mas parece que elas não<br />

tinham estado tão excitadas até então. Percebi que aquele era um momento do qual todos<br />

tomavam parte ativamente.<br />

O Sumo-Sacerdote passou a recitar frases inteiras de encantamento em aramaico e<br />

todo o povo repetia em uníssono após ele, cada vez mais exaltado. Aquele homem me<br />

chamava muito a atenção! Não apenas por ocupar uma posição de destaque, mas por<br />

causa da tremenda diferença desde quando eu o tinha visto pela primeira vez em casa de<br />

Zórdico. Observei melhor os detalhes do seu rosto. A pele era lisa, ligeiramente<br />

bronzeada, com sobrancelhas muito espessas e escuras que cobriam olhos também negros,<br />

profundos. Olhos que exerciam aquele intenso magnetismo. A musculatura do rosto<br />

estava diferente... conferia um formato estranho à face, não parecia um contorno muito<br />

humano. Na mão dele notei dois anéis, um no dedo mínimo e outro no anular.<br />

Olhei novamente para trás rapidamente e vi que todos continuavam cantando, e<br />

dançavam também, alguns apenas embalavam-se ao sabor da música, outros davam-se e<br />

erguiam as mãos. Cânticos, danças e encantamentos sobrepunham-se uns aos outros. O<br />

Sumo-Sacerdote fazia gestos amplos com os braços e saudava o povo com um<br />

cumprimento que simbolizava a cabeça do bode. Os outros Sacerdotes movimentavam-se

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