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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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— Apenas o conhecimento completo leva as coisas a fazerem sentido. Quer ver um<br />

exemplo? Antes, na Antigüidade, o homem tinha medo do fogo. E por quê? Se tentavam<br />

tocá-lo, queimavam-se. O processo físico da combustão era um enigma completo e por<br />

isso o fogo era tido como letal. Mas hoje é diferente. O conhecimento nos fez ver que o<br />

fogo não é assim tão temível e agora podemos usá-lo em proveito próprio. O<br />

conhecimento trás o domínio e o controle. Quando se domina a força - no caso, o fogo<br />

— ela deixa de ser letal e passa a ser benéfica. Olhando por este prisma é muito fácil<br />

compreender que o temor do desconhecido é sem sentido, concorda? Uma tocha pode<br />

queimar alguém se você investir contra ela; no entanto a mesma tocha pode servir para<br />

iluminar o seu caminho, ou aquecê-lo. Assim é que uma força não é boa ou má em<br />

essência, depende do uso que é feito dela. Você compreende que isso que eu estou<br />

dizendo não está ligado ao conceito de Bem e de Mal em nenhum aspecto? Eu tinha que<br />

concordar. — Mas quer usada para o bem ou para o mal, o importante é que você tem o<br />

domínio da força, tem o controle sobre ela. Tanto pode queimar alguém...como pode<br />

aquecer-se.<br />

Quanto mais ele falava mais quieto eu ficava, pensando em tudo aquilo.<br />

— O que é o Bem e o Mal, então? — Marlon fez uma pequena pausa, olhando para<br />

mim.<br />

Eu não arrisquei resposta.<br />

— Imagine uma noite escura, de tempestade violenta, com raios caindo em todos os<br />

cantos e uma ventania lúgubre. — Começou Marlon calmamente. — Imaginou? Pois bem,<br />

pense também em um belo dia de sol, com brisa fresca e amena, passarinhos cantando e<br />

borboletas voando. Poético, não?<br />

Teria percebido um tom levemente irônico na voz dele?<br />

— Você poderia dizer que a tempestade é ruim e o dia de sol é bom? — Novamente<br />

uma leve pausa, como que incentivando-me a pensar. — Será que uma árvore na floresta<br />

diria isso? Que a chuva é ruim e o sol é bom? Penso eu que ela, na sua sabedoria, afirmaria<br />

ser necessário tanto um quanto outro. A árvore faz parte da natureza, do Todo; e estando<br />

inserida no contexto das forças naturais, não as teme. Simplesmente sabe que são<br />

necessárias. Quer ver outro exemplo? Uma lâmpada! Que ilumina, que nos faz ver as<br />

coisas como elas são de fato. A luz produzida pela lâmpada é resultado de duas forças, de<br />

um pólo positivo e outro negativo - daí temos a luz. Sem os dois pólos, sem os prótons e<br />

os elétrons, jamais haveria a lâmpada! Quando estamos integrados à natureza, fazendo<br />

parte deste Todo e compreendendo as forças pelas quais o Universo é regido começamos<br />

a compreender que esta dualidade permeia tudo o que existe. Sol e Chuva, Calor e Frio,<br />

Dia e Noite, Vida e Morte...é o princípio milenar de sabedoria expresso no TAO, no Yin-<br />

Yang. Você sabe! Quanto mais compreendemos que o Universo caminha e se alterna<br />

dentro de um ciclo e que isto é a pura expressão da Perfeição, mais claro fica que, em

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