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FILHO DO FOGO volume 1 - suelymmarvulle

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Não dei bola para os colegas mais criteriosos que insistiam em decorar furiosamente<br />

os últimos pontos. Furtivamente alguns outros davam as últimas checadinhas em suas<br />

“colas” feitas debaixo da carteira, na manga da camisa, na calculadora, na borracha...<br />

E eu nem aí, fiquei na minha e não me preocupei. Fiz questão de não decorar coisa<br />

alguma. Queria só ver!<br />

Observei Camila que comparava exercícios feitos às pressas com a “Estranha”.<br />

Quando o professor distribuiu as avaliações eu aguardava com ansiedade incontida,<br />

tamborilando sobre a carteira. Havia testes e questões escritas.<br />

Como de costume dei uma rápida vista d'olhos em todas as questões. Não senti<br />

nenhum “efeito paranormal”, para surpresa minha. Esperei um pouco e como nada<br />

acontecesse, comecei a resolver os exercícios. Achei a prova muito fácil, respondi<br />

rapidamente sem grandes dificuldades, a matéria fluía com facilidade. Saí logo, mas<br />

também um pouco frustrado:<br />

— Caramba! — Pensei comigo mesmo. — Agora é que não vou conseguir chegar a<br />

conclusão nenhuma. A prova foi muito bico! Qualquer um fazia, mesmo sem ter lido a<br />

matéria!<br />

Mas não foi o que a turma comentou. Ninguém achou a prova tão fácil assim e<br />

minha nota foi uma das melhores. Coincidência ou não, o fato é que não me convenceu<br />

muito. Seria uma gota de Magia... ou somente o acaso?!! Repeti o mesmo ritual de estudos<br />

nas provas seguintes, afinal o ano estava encerrando e havia uma avaliação atrás da outra.<br />

E eu acabei me saindo sempre muito bem. A matéria toda me chegava à mente com<br />

tremenda clareza e muita fluência.<br />

Acaso??? Ora!!<br />

Ainda que eu não pudesse realmente explicar “porque” acontecia... era como me<br />

dissera Marlon... realmente acontecia!!! E eu achei o máximo!<br />

***<br />

Eu estava sentado na carteira do fundo, meu lugar habitual. Faltava ainda uma meia<br />

hora para o início das aulas da noite e a sala estava vazia. Meu olhar vagueava alternando<br />

entre o quadro-negro, as janelas de vidros opacos e as luminárias de gás néon.<br />

Finalmente voltei a examinar os papéis que tinha à minha frente, sobre a carteira.<br />

Apoiei o queixo sobre o punho e baixei a cabeça, pensando e repensando. Depois<br />

simplesmente deixei-me ficar rabiscando o tampo da carteira. Todos os dias eu adiantava a<br />

minha “obra de arte”; aperfeiçoava os traços, coloria, sombreava...a cara alegre de um ser<br />

vampiresco, reminiscências da minha infância. Com o meu eterno toque de bom humor<br />

ele não parecia muito sinistro, pelo contrário, era até muito simpático, com um arzinho

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