20.04.2013 Views

ontem e hoje - Repositório Aberto da Universidade do Porto

ontem e hoje - Repositório Aberto da Universidade do Porto

ontem e hoje - Repositório Aberto da Universidade do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

-se, quanto à origem, posicionamento e destimo, na conjuntura marca<strong>da</strong> pelo colonia-<br />

lismo moderno. Asua situação em perío<strong>do</strong> pós-colonial não é, na essência, diferente<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>s seus cougéneres africanos, conquanto se posicionem, como tal, de forma mais<br />

afirmativa e formal13 num mun<strong>do</strong> culhiralmente desterritorializa<strong>do</strong> e globaliza<strong>do</strong>.<br />

A diferença mais significativa entre as experiências africana e asiática residirá na<br />

mestiçagem surgi<strong>da</strong> com o colonialismo arcaico. Diferentemente <strong>do</strong>s africanos, os<br />

asiáticos nem sempre granjearam estatutos privilegia<strong>do</strong>s. É esse, por exemplo, o caso<br />

<strong>do</strong>s "portugueses" de Malaca, identifica<strong>do</strong>s como pesca<strong>do</strong>res de camarão, The Shrimp<br />

People, como consta <strong>do</strong> título <strong>do</strong> romance de um <strong>do</strong>s mais conceitua<strong>do</strong>s escritores de<br />

Singapura, Rex Shelley, de origem portuguesa, profissão que é ti<strong>da</strong>, na ver<strong>da</strong>de, como<br />

<strong>da</strong>s mais baixas e desprestigia<strong>da</strong>s na Ásia. Nas conjunturas seguintes, os mestiços<br />

lograram, porém, ascender a estatutos mais privilegia<strong>do</strong>s, fazen<strong>do</strong> valer, para o efeito,<br />

o seu lugar de interlocutores naturais entre os mun<strong>do</strong>s asiático e europeu.<br />

A situação minoritária, não privilegia<strong>da</strong> em termos sociais, <strong>do</strong>s mestiços <strong>da</strong> pri-<br />

meira geração ou conjuntura deve-se,por um la<strong>do</strong>, ao facto demuitas <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des<br />

asiáticas, diferentemente <strong>da</strong>s africanas, patentearem, aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> impacto colonial,<br />

níveis de desenvolvimento que ihes permitiram fazer face aos efeitos desestnihirautes<br />

desse esse mesmo colonialismo, e, por outro, ao facto de as potências europeias que<br />

estiveram na origem de tais processos de mestiçagem, como é o caso de Portugal,<br />

terem perdi<strong>do</strong> protagonismo na conjuntura moderna em favor de uma potência que<br />

entretanto impôs a sua ordem imperial: a Inglaterra.<br />

Bibliografia<br />

ANTONIO, Mário, 1968, Liinndn: 'illin' crioiiln, Lisboa: Agência-Geral <strong>do</strong> Ultramar<br />

APPADURAI, A rjun, 2004 [1996], Dinieiisões cliltirrnis dn globnliznçio, Lisboa: Teorema<br />

APPIAH, Kwame Anthony, 1997 [1992], Nn cnsn de nieir pni. A Africn nnfilosofia dncnltiirn, Riode<br />

Janeiro: Contraponto Editora<br />

BAYART, Jean François, 1999 [1989], E1 estn<strong>do</strong> en Africn. Ln políticn de1 ventre, Barcelona: Editions<br />

Bellaterra<br />

BOULÈGUE, Jean, 1989, Les Iiiso-nfricnins de Sénégnnibie, Lisboa: Instituto de Investiga$ão<br />

Científica Tropical / U~versité de Paris I - Centre de Recherches Africaines<br />

COHEN, Abner, 1981, Tlie politics of elite cultiire. Explorntioi~s in tlie drnmnturgi~ ofpower bi n<br />

modern Africnn sociefy, Berkeley ... : University of California Press<br />

-<br />

" Vejam-se, por exemplo, as asçociaqõeç de defesa <strong>da</strong>s mestiços, com especial destaque para os<br />

objectivos e a acçáo <strong>da</strong> Eurasian Assoúation af Singapore.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!