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ontem e hoje - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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INTEGRAÇÃO ECONÓMICA EM ÁFRICA: PODER E<br />

IDENTIDADE<br />

Introdução<br />

O processo de integração económica regional em África tem mais de quarenta<br />

anos, remontan<strong>do</strong> aos primeiros anos <strong>do</strong>s anos 60, para não referir os casos<br />

desenvolvi<strong>do</strong>s em alguns países, ao tempo ain<strong>da</strong> colónias. Pode surpreender esta<br />

simples referência histórica quan<strong>do</strong> se analisa o desempenho económico <strong>da</strong>s múltiplas<br />

organizações regionais neste continente. É um facto que, desde ce<strong>do</strong>, o discurso<br />

institucional, nomea<strong>da</strong>mente <strong>da</strong> OUA, ou nacional, através <strong>do</strong>s seus líderes políticos,<br />

apontou a cooperação e a integração regionais como um factor, para uns decisivo,<br />

para outros supletivo mas de enorme importância, impulsiona<strong>do</strong>s <strong>do</strong> desenvolvi-<br />

mento económico nacional e um meio de quebrar a forte dependência comercial<br />

externa. Mas a reali<strong>da</strong>de tem mostra<strong>do</strong> quase o oposto. Inoperância, inactivi<strong>da</strong>de,<br />

mas sempre uma catadupa de declarações de fé no papel <strong>da</strong> integraçáo económica<br />

regional. Quan<strong>do</strong> o processo de globalização segue imparável e, curiosamente, associa<br />

(ou concilia) o aprofun<strong>da</strong>mento <strong>do</strong> regionalismo económico num contexto de<br />

liberalização e multilateralismo de acor<strong>do</strong> com as imposições <strong>da</strong> OMC, África não<br />

tem consegui<strong>do</strong> dinamizar e aproveitar o movimento de regionalização económico<br />

no seu interior. Vários factores explicam esta reali<strong>da</strong>de, associa<strong>do</strong>s a questões<br />

económicas, naturalmente, mas igualmente a factores não-económicos. Éneste quadro<br />

que surge o presente trabalho. Ultrapassan<strong>do</strong> a mera análise económica <strong>da</strong> teoria<br />

tradicional <strong>da</strong> integração regional, propomo-nos envere<strong>da</strong>r pelo enfoque <strong>da</strong> economia<br />

política <strong>da</strong> integração regional. Qualquer criação de uma organizaqão regional<br />

promotora <strong>da</strong> integração económica <strong>do</strong>s seus merca<strong>do</strong>s nacionais baseia-se na adesão<br />

voluntária <strong>do</strong>s seus membros. Contu<strong>do</strong>, as suas estruturas económicas e políticas<br />

não têm que se encontrar necessariamente no mesmo patamar de desenvolvimento.<br />

Donde, individualmente, ca<strong>da</strong> Esta<strong>do</strong> membro tem um poder económico, político e<br />

militar ou um reconhecimento e um estatuto regional e internacional diferente.<br />

Acomo<strong>da</strong>r pacificamente to<strong>da</strong>s estas matizes é um exercício muitas vezes complica<strong>do</strong><br />

para as organizações regionais. Se à parti<strong>da</strong> o desnível entre os países é muito<br />

acentua<strong>do</strong>, um tratamento diferencia<strong>do</strong> ou compensatório é exigível, sob pena de<br />

poder estiolar, a prazo, o interesse comum e a própria organização. Ou seja, a

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