ontem e hoje - Repositório Aberto da Universidade do Porto
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pugna como nova orientação e dinâmica <strong>da</strong>s organizações regionais africanas, o que<br />
não passa sem críticas de diversos autores, os quais sublinham o carácter neo-liberal<br />
desta via (a propósito <strong>do</strong> caso <strong>do</strong>s países <strong>da</strong> SADC, ver, por exemplo, Pallotti, 2004).<br />
Por seu turno, Mshomba (2000), à semelhança de Hugon (1998), sintetiza os<br />
constrangimentos em tomo de seis explicações: falta de vontade e empenhamento<br />
político <strong>do</strong>s líderes nacionais; eleva<strong>da</strong> dependência face aos países <strong>do</strong>a<strong>do</strong>res; <strong>do</strong>mínio<br />
de países estrangeiros, nomea<strong>da</strong>mente em termos de permissão de acesso aos<br />
merca<strong>do</strong>s; calendários irrealistas; receio <strong>da</strong> distribuição desigual <strong>do</strong>s benefícios e<br />
instabili<strong>da</strong>de política. Ninalowo (2003), referin<strong>do</strong>-se a Adebayo Adedeji, secretário<br />
executivo <strong>da</strong> Comissão Económica <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s para a África, destaca a falta<br />
de vontade política para estabelecer instituições regionais credíveis, a falta de sanções<br />
contra os prevarica<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s decisões, a sobreposição de organizações regionais e a<br />
pertença simultânea a várias delas por parte <strong>da</strong> maioria <strong>do</strong>s países africanos16: a<br />
forte dependência <strong>da</strong>s receitas aduaneiras no orçamento de Esta<strong>do</strong>': a falta de<br />
mecanismos compensatórios para tomar mais equitativa a balança <strong>do</strong>s custos e a<br />
apropriação diferencia<strong>da</strong> <strong>do</strong>s benefícios por parte <strong>do</strong>s diversos países, os objectivos e<br />
os calendários irrealistas <strong>da</strong>s organizações regionais, a náo observação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de<br />
direito ou ain<strong>da</strong> a existência de um fraco sector económico priva<strong>do</strong> e diminuta participação<br />
<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civillS.<br />
Bra<strong>da</strong> e Mendez (1985), por seu la<strong>do</strong>, chamam a atenção para os eleva<strong>do</strong>s custos<br />
de transporte, ou seja, o factor distância, considera<strong>do</strong>s nulos na teoria tradicional,<br />
mas toma<strong>do</strong>s por vezes incontornáveis <strong>da</strong><strong>da</strong> a dimensão (área) geográfica <strong>da</strong> organiza~ão'~<br />
e a incipiente rede de infraestruturas ro<strong>do</strong>viárias, ferroviárias ou portuárias<br />
existente nesses paísesm. Confirman<strong>do</strong> isto mesmo, a UNECA (2004; 2005) publicou<br />
um exaustivo e clarifica<strong>do</strong>r estu<strong>do</strong> sobre as barreiras à integração económica regional<br />
que derivam <strong>da</strong> existência de uma fraca quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s infraestruturas nacionais e<br />
regionais no continente. Outros constrangimentos referi<strong>do</strong>s na literatura sobre este<br />
tema são: a) a dificul<strong>da</strong>de de conciliação de políticas económicas origina<strong>da</strong>s nas<br />
lbO que não impediu o reaparecimento <strong>da</strong> Comi<strong>da</strong>de Económica <strong>da</strong> África Oriental em 2001, d:<br />
MAUNDI, 2001.<br />
" Em 2000, por exemplo, aquelas receitas representavam 23% 27% 53% 31%. 52% 54% e 49%<br />
respectivamente para a R.D. C~ngo, Costa <strong>do</strong> Marfim, Ma<strong>da</strong>gascar, Maurícias, Seycheles, Swazilândia e<br />
Ugan<strong>da</strong>, enquanto que para a Africa <strong>do</strong> Sul esse valor era apenas de 3%.<br />
"O texto em causa é Adebaya Adedeji (2000), "Defining prioritieç for regional integiation: history<br />
and prospects . . for rezional interratian in Africa". Afrrcnn Developmenf Fonuiz 111, Uneca, Addis Ababa.<br />
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ct aI, 19%) SIMCBI 1.AAR (1987: 39,. rcfcrccliiesconflitu L. limires riu yruce,iJ de iiitc;:i(So na Viiii~,<br />
Ilcr>ti6inic;~ c Adnan~ir~ dl Áfrim Cciiird (CViAC) e na Corniini<strong>da</strong>dc ,105 IJais2s <strong>do</strong> i.catc de Africa<br />
(EAC) se deveram mais à dimemáo <strong>da</strong> área a integrar <strong>do</strong> que à heterogenei<strong>da</strong>de enhe osseus membros.<br />
Problema que náo é recente, antes pelo conkário, desde a formação <strong>da</strong>s primeiras organizações<br />
regionais que ele tem vin<strong>do</strong> a ser destaca<strong>do</strong> como salientava já HAZLEWOOD (1966: 13)referin<strong>do</strong>-se à<br />
extinta Comuni<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> África de Leste: "the geography of East Africa resuits in much of<br />
Kenias's industry receiving a 'transport-cost protectian".